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quinta-feira, maio 18, 2006

Não é New Wave, nem Rock, é POWER POOOOOOOP!!!!!!!

Power Pop. Sem data de nascimento definida, mas com influências bem vincadas nos hits, que as jukebox debitavam nos anos 60. É no início da década de 70 que surgem as primeiras bandas power pop.

A encabeçar a horda, do pop forçado, vinham os Big Star, banda comandada por Alex Chilton (ex. Box Tops) e Chris Bell dos Big Star. Destacam-se temas inconfundíveis, como "Setemper Gurls" (música que mereceu cover dos Squire e outras bandas) ou "Ballad of El Goodo".
Os Flamin' Groovies, banda de referência do Powerpop, não escondem as influências de rythm blues, açucarado pela pop dos anos 60 (Beatles e The Byrds). Esta banda iniciou a sua carreira com o lp ‘Supernazz’ em 1968, mas foi com o ‘Shake Some Action’, no ano de 1976, que fez do powerpop aquilo que tinha de ser, um festim de clássicos.

Se os Flamin' Groovies adoptavam um lado mais rude em alguns dos seus registos, os Badfinger estavam nos antípodas. Badfinger foi uma banda que teve um papel primordial no cimentar do Powerpop como estilo musical. Começaram por se chamar The Iveys, chegando a lançar um álbum "Maybe Tomorrow" em 1969, e cedo se fizeram notar pelas composições muito próximas dos Beatles. Não foi de estranhar que tivessem assinado pela editora dos Beatles, a Apele, já sob designação de Badfinger. Seguem-se na discografia músicas como "Day After Day", "Baby Blue" e "Come And Get it".

A intrometer-se na nomenclatura do Powerpop, estavam bandas como Bay City Rollers e os Buster. Estas eram bandas com outra metodologia, em que predominavam as capacidades do produtor e não tanto as capacidades dos músicos. A imagem cristalina e jovial dos membros dessas bandas servia para arrebatar os corações das teenagers e os singles colavam-se aos ouvidos estéreis de muita da juventude.


O anúncio do flagelo, alcunhado de Punk, proporcionou uma viragem drástica no Powerpop, passando este, a partir de 1977, a estar mais associado ao Punk do que às melodias de 60.
Muito do powerpop que se fez a partir de 1977, aparece diluído no Punk. Um género de punk de fato e gravata. Começam então a aparecer bandas de powerpop em cada esquina. Bandas como os Starjets (o single "War Stories" tanto é punk como é powerpop), Newtown Neurotics, The Boys (O Lp "Boys Only" está enxameado de clássicos powerpop-punk), The Flys, Carpettes (com dois albuns históricos), os Radiators (com o seu Lp "Ghostown" de 1978 ) e seguem-se muitas mais bandas que fizeram a junção do punk com o powerpop.

Com dois pólos bastante fecundos, Inglaterra e América, cedo começam aparecer as primeiras bandas de powerpop com sucesso nos tops.
Em Inglaterra ganhavam fama bandas como os Motores, com o tão badalado "Airport", os Jags, com o seu hit single "Back to my Hand" e os Records com forte rodagem nas rádios com o tema "Starry Eyes".
Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, tinhamos os Knack e o seu "My Sharoma", uma das músicas mais ouvidas em 1979. Os Shoes que chegaram a lançar um single pela prestigiada Bomp Records. Dwight Twilley (acompanhado por Phil Seymour, que mais tarde seguiria uma carreira a solo), Plimsouls e Dirty Looks, entre outros.

O powerpop também teve as suas obscuridades. Nessa área enquadram-se bandas como os Strangeways, com dois singles memoráveis (a música "Show Her You Care" estará no top 10 de muitos apreciadores de powerpop). Os seus conterrâneos, Incredible Kidda Band, soberba banda de punk-pop, que por falta de reconhecimento do mercado discográfico, só deixou como registos dois singles. Duas décadas mais tarde tiveram o reconhecimento merecido, com a publicação por parte da Detour Records de uma antologia.
Os The Nerves, banda composta por Paul Collins, Peter Case e Jack Lee, três nomes importantes da cena powerpop americana, foram os autores do clássico "Hanging on The Telephone" que mais tarde seria um êxito nas mãos dos Blondie. Mais bandas iam surgindo. Os ingleses White Heat e o seu powerpop com laivos de nwobhm. Os Speedies, oriundos de Nova Iorque, alcançaram certo sucesso com concertos esgotados e com boas críticas por parte dos média. Infelizmente só gravaram dois Ep’s.

O powerpop não teve só exposição em Inglaterra e nos EUA. Na Irlanda do Norte, com o auxílio precioso da editora Good Vibrations, aparecem várias bandas que misturam o punk com o powerpop. Como porta estandartes tínhamos bandas como os Protex, Moondogs, X Dreamysts e Rudi.
No Canadá nascem os Pointed Sticks, banda que mereceu uma aparição no filme "Out of Blue" de Denis Hopper. Os Pointed Sticks eram uma banda pródiga a criar boas músicas. Basta ouvir o LP "Party of Noise".

Em Portugal, também se ouviu powerpop. Como exemplos temos os GNR (com o seu smash-hit "Portugal na CEE" e o segundo single "Ser um GNR"), os Opinião Pública com o seu Lp "No sul da Europa", os Vodka Laranja, Grupo Parlamentar e os Taxi (a chiclete que não descolava, mas só em "Cairo" segundo Lp, é que o powerpop dos Taxi atinge o seu ponto máximo).

Fonte: André N

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