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domingo, maio 28, 2006

Perkele em Vigo - Reportagem e fotos

Vocalista dos Perkele

Mais uma vez uma pequena invasão Tuga teve lugar por terras galegas no passado dia 29 Abril 2006.
Depois das atribulações do costume para reunir 9 vagabundos cá do burgo, lá fomos em coluna de marcha com muita vontade de ver os Deuses de Valhala e muita sede na garganta (claro, Tuga Style ao mais alto nível)

Grupo de skinheads portugueses a aguardar o início do concerto

Já em Vigo era tempo de tratar da logística: alojamento, bilhetes e cerveja (não obrigatoriamente por esta ordem eheheh!). Depois de estabelecidos e já de bilhetes na mão era tempo de reencontrar velhos amigos e conhecidos de pelo curto, dado que era o único concerto de Perkele na Península, foi bom reencontrar amigos de Barcelona, Madrid, Alicante e claro Vigo e Corunha. Foi com este ambiente efervescente que entramos na sala Anoeta já com alguns Kaprisones no bucho e os pulmões em forma... Por esta altura a comitiva Lusitana já era de cerca de 30 pessoas!!!! (90% skinheads e 10% casuais)

Depois da primeira banda - Deskontrol - ter aquecido a sala (e alguma dezenas de Guiness eheheh) era altura de ir para a fila da frente e aguardar o tão esperado momento e deixem-me dizer que valeu a pena.

Estes suecos não brincam em serviço e a sua força ao vivo é realmente contagiante. Percorreram ao longo de hora e meia aproximadamente a sua discografia, fazendo de cada música um hino. Destaque para todas as músicas do álbum ‘Confront’, ‘Subculture’, ‘Roots’ o excelente ‘Heroes of Today ‘, ‘Cowards’ e ‘I Hate The World’.

E os inevitáveis hinos ‘Yellow And Blue’, ‘This Songs For You’ dedicada ao pessoal de cabelo mais curto e acabaram já em encore e em alta com chave de ouro ‘Heart Full of Pride’ deixando todos os presentes de ‘barriga cheia’.

Com os corpos em suor e mortos de cansaço abandonamos o recinto com o próximo objectivo em mente: FECHAR TODOS OS BARES!!!!!

Até à próxima Vigo!!!

Fonte: Britadekker

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quinta-feira, maio 18, 2006

Não é New Wave, nem Rock, é POWER POOOOOOOP!!!!!!!

Power Pop. Sem data de nascimento definida, mas com influências bem vincadas nos hits, que as jukebox debitavam nos anos 60. É no início da década de 70 que surgem as primeiras bandas power pop.

A encabeçar a horda, do pop forçado, vinham os Big Star, banda comandada por Alex Chilton (ex. Box Tops) e Chris Bell dos Big Star. Destacam-se temas inconfundíveis, como "Setemper Gurls" (música que mereceu cover dos Squire e outras bandas) ou "Ballad of El Goodo".
Os Flamin' Groovies, banda de referência do Powerpop, não escondem as influências de rythm blues, açucarado pela pop dos anos 60 (Beatles e The Byrds). Esta banda iniciou a sua carreira com o lp ‘Supernazz’ em 1968, mas foi com o ‘Shake Some Action’, no ano de 1976, que fez do powerpop aquilo que tinha de ser, um festim de clássicos.

Se os Flamin' Groovies adoptavam um lado mais rude em alguns dos seus registos, os Badfinger estavam nos antípodas. Badfinger foi uma banda que teve um papel primordial no cimentar do Powerpop como estilo musical. Começaram por se chamar The Iveys, chegando a lançar um álbum "Maybe Tomorrow" em 1969, e cedo se fizeram notar pelas composições muito próximas dos Beatles. Não foi de estranhar que tivessem assinado pela editora dos Beatles, a Apele, já sob designação de Badfinger. Seguem-se na discografia músicas como "Day After Day", "Baby Blue" e "Come And Get it".

A intrometer-se na nomenclatura do Powerpop, estavam bandas como Bay City Rollers e os Buster. Estas eram bandas com outra metodologia, em que predominavam as capacidades do produtor e não tanto as capacidades dos músicos. A imagem cristalina e jovial dos membros dessas bandas servia para arrebatar os corações das teenagers e os singles colavam-se aos ouvidos estéreis de muita da juventude.


O anúncio do flagelo, alcunhado de Punk, proporcionou uma viragem drástica no Powerpop, passando este, a partir de 1977, a estar mais associado ao Punk do que às melodias de 60.
Muito do powerpop que se fez a partir de 1977, aparece diluído no Punk. Um género de punk de fato e gravata. Começam então a aparecer bandas de powerpop em cada esquina. Bandas como os Starjets (o single "War Stories" tanto é punk como é powerpop), Newtown Neurotics, The Boys (O Lp "Boys Only" está enxameado de clássicos powerpop-punk), The Flys, Carpettes (com dois albuns históricos), os Radiators (com o seu Lp "Ghostown" de 1978 ) e seguem-se muitas mais bandas que fizeram a junção do punk com o powerpop.

Com dois pólos bastante fecundos, Inglaterra e América, cedo começam aparecer as primeiras bandas de powerpop com sucesso nos tops.
Em Inglaterra ganhavam fama bandas como os Motores, com o tão badalado "Airport", os Jags, com o seu hit single "Back to my Hand" e os Records com forte rodagem nas rádios com o tema "Starry Eyes".
Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, tinhamos os Knack e o seu "My Sharoma", uma das músicas mais ouvidas em 1979. Os Shoes que chegaram a lançar um single pela prestigiada Bomp Records. Dwight Twilley (acompanhado por Phil Seymour, que mais tarde seguiria uma carreira a solo), Plimsouls e Dirty Looks, entre outros.

O powerpop também teve as suas obscuridades. Nessa área enquadram-se bandas como os Strangeways, com dois singles memoráveis (a música "Show Her You Care" estará no top 10 de muitos apreciadores de powerpop). Os seus conterrâneos, Incredible Kidda Band, soberba banda de punk-pop, que por falta de reconhecimento do mercado discográfico, só deixou como registos dois singles. Duas décadas mais tarde tiveram o reconhecimento merecido, com a publicação por parte da Detour Records de uma antologia.
Os The Nerves, banda composta por Paul Collins, Peter Case e Jack Lee, três nomes importantes da cena powerpop americana, foram os autores do clássico "Hanging on The Telephone" que mais tarde seria um êxito nas mãos dos Blondie. Mais bandas iam surgindo. Os ingleses White Heat e o seu powerpop com laivos de nwobhm. Os Speedies, oriundos de Nova Iorque, alcançaram certo sucesso com concertos esgotados e com boas críticas por parte dos média. Infelizmente só gravaram dois Ep’s.

O powerpop não teve só exposição em Inglaterra e nos EUA. Na Irlanda do Norte, com o auxílio precioso da editora Good Vibrations, aparecem várias bandas que misturam o punk com o powerpop. Como porta estandartes tínhamos bandas como os Protex, Moondogs, X Dreamysts e Rudi.
No Canadá nascem os Pointed Sticks, banda que mereceu uma aparição no filme "Out of Blue" de Denis Hopper. Os Pointed Sticks eram uma banda pródiga a criar boas músicas. Basta ouvir o LP "Party of Noise".

Em Portugal, também se ouviu powerpop. Como exemplos temos os GNR (com o seu smash-hit "Portugal na CEE" e o segundo single "Ser um GNR"), os Opinião Pública com o seu Lp "No sul da Europa", os Vodka Laranja, Grupo Parlamentar e os Taxi (a chiclete que não descolava, mas só em "Cairo" segundo Lp, é que o powerpop dos Taxi atinge o seu ponto máximo).

Fonte: André N

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segunda-feira, março 27, 2006

Revista 'Pública' - 'Punk - O Pontapé Que Abriu Portas'

O jornal diário 'Público' saiu ontem, Domingo, dia 26 de Março, com uma interessante e pioneira história do início do Punk em Portugal. 'Punk - O Pontapé Que Abriu Portas' é o título deste trabalho. O anúncio do artigo teve direito a um espaço na capa do jornal e direito a capa da revista. São cerca de 20 páginas, com excelentes fotos, da revista 'Pública'.

Para mais informação podes ler a análise que foi feita no Billy News. O autor desta crítica está a jogar em casa, já que o seu site é, a pare da zona punk, um dos mais lidos por fans e apreciadores do Punk-Rock, e não só, em Portugal e além-fronteiras.

O Crop Nº1 gostava de dar os parabéns aos autores deste trabalho. O Punk já merecia um artigo como este num orgão de expansão nacional. Fica a questão...para quando um artigo, nas páginas do Público, deste calibre a abordar a cultura skinhead?

Já me esquecia...ontem comprei duas vezes o 'Público'...um para a matança da mala e das leituras nos transportes públicos...outro para colecionismo.

Fonte: Jornal 'Púbico' / Billy News

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quarta-feira, março 15, 2006

MODernices , uma conspiração feita de círculos e setas (Parte II)


Direct Hits, nome retirado de um LP dos The Who, iniciaram-se nas lides discográficas na Whaam e seguiram o seu trajecto pelos anos 80 fora. Tiveram o seu ponto alto com o LP ‘Blow Up’. Aqui observamos a influência que o cinema teve no mundo Mod. Blow Up é um filme de culto de Michelangelo Antonioni. A sétima arte também se aliou ao Mod. Como ponto alto temos a realização e exibição do agora clássico Quadrophenia, filme produzido pelos The Who. Este filme proporcionou a projecção do que era o estilo de vida Mod. Celebre ficou a máxima "Mod a Way of Life". Mas não só a sétima arte influência a geração moderna. Roy Lichtenstein, pintor da escola art-pop, também alimentou muito o espírito criativo no design de algumas capas de singles.

Merton Parkas

Como todo o movimento musical, também o Mod revival teve as suas bandas one hit wonders. Destacaram-se os The Vip's com o ‘Quarter of Moon’ e os Merton Parkas com o single ‘You Need Wheels’.

Mas não só de nomes sonantes se fez o Mod revival. Bandas que não suscitam grandes euforias por parte dos consumistas nem dos média, mas que deixaram excelentes registos, são hoje muito desejados por coleccionadores de vinil. Falo dos Small World, que tinham uma legião de fãs deveras impressionante. O seu clube de fãs chegou a ter mais de 600 sócios. Para a história deixaram dois singles. Um deles, ‘Love is Dead’, foi editado em 1982 pela Whaam (editora de Ed Ball dos The Times).

Seguem-se na lista os Long Tall Shorty com o seu fenomenal single "Win or Lose" produzido por Charlie Harper (Uk Subs), os Circles uma das bandas Mod mais sing-a-long, com refrões de cantar e pedir por mais. Músicas como ‘Summer Nights’ , ‘Billy’ e ‘Opening up’ são disso exemplo.
Não ficando atrás na lista, podemos fazer ainda referência a bandas como os Killermeters, Small Hours (onde sobressaía o som dos teclados, fascínios do beat dos anos 60) e os The Name que que viram censurado, pela editora Dindisc, o título do seu single ‘Fuck Art Let’s Dance’. Para não ferir susceptibilidades nada melhor que trocar o Fuck por Forget, e lá ficou ‘Forget Art Let's Dance’.

Os estilhaços vindos da Grã Bretanha, também se fizeram sentir em outros países como a França, Alemanha, Suécia, Espanha, Austrália, entre outros. Da Alemanha ouviram-se os Time Wasters e os Gents. Em França emergiram os Bikini, Tweed, Foo Flash e Cliché. Na Suécia, existiram os Moderns, os Parka Pop e os Vertex. Da terra dos cangurus havia os Little Murders. Em Barcelona nasceram os Sprays que editaram um magnífico single ‘Te Vere a Las Diez’ pela Flor y Nata, a mesma editora que lançou os Telegrama e os míticos Brighton 64, o maior nome da cena mod espanhola. O Brasil teve como representantes máximos da cultura Mod, os Ira! Destes destacam-se os dois primeiros LP's. Se no primeiro havia a música ‘Ninguém Entende um Mod’, o segundo LP teve como brinde ‘Pobre Paulista’ música contagiante que punha o público em uníssono a cantar o refrão.

Opinião Pública - Contracapa

Em Portugal não se pode dizer que tenha existido bandas Mod revival, embora haja uma que se acercou de uma maneira inconsciente à sonoridade Mod. São eles os Opinião Pública, sendo a música "Ela é Tua" o melhor exemplo, podendo-se encontrar, quer na letra quer na música, os ingredientes mod.

Fonte: André N.

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terça-feira, março 14, 2006

MODernices , uma conspiração feita de círculos e setas (Parte I)


MODernices , uma conspiração feita de círculos e setas

Brighton Mods - Anos 60

Nesse ano de 1979, lado a lado com o Punk (em fase de definição quanto ao seu rumo) e seus derivados (Ska Two Tone , Rockabilly Revival , New Wave e afins), o Mod Revival viu nascer os seus primeiros heróis.

The Jam

Como ‘chefes’ de fila tínhamos os The Jam, power trio, que fez parte da primeira fornada punk mas seguiu um rumo diferente. Essa mudança é clara, em 1977, aquando do lançamento do seu segundo LP, ‘This is The Modern World’. Paul Weller, vocalista dos The Jam, com a sua escrita perspicaz relatava os anseios e as inquietações de uma geração. Juntamente com os seus compinchas, Bruce Foxton (o ás das quatro cordas) e Rick Butler na bateria, deram nova vida a um movimento que jazia no tempo.

Da fábrica saíram muitas rodelas de 45 e 33 rotações que fizeram e ainda fazem parte do imaginário Mod. ‘Going Undeground’ , ‘News of The World’, ‘Strange Town’, ‘When You Are Young’, ‘Smither Jones’ fazem parte de uma infindável lista de clássicos destes pioneiros do Mod Revival.
A seguir as pisadas dos The Jam, nasceram então uma boa mão cheia de bandas. Muitas delas também com um início ‘apancalhado’, mas que rapidamente se aproximaram e reuniram naquilo que então se poderia apelidar de movimento Mod.

Desse grupo de bandas constavam os The Chords, que misturaram, com mestria, a melodia do Mod com a pujança do Punk. Produziram peças majestrais, como: ‘Maybe Tomorrow’, ‘Now It's Gone’ e ‘In my Street’. Os The Chords tiveram algum sucesso. Actuaram no Top of The Pops e o LP ‘So Far Away’, de 1980, chegou atingir o posto 30 no Top inglês. Lançaram ainda alguns singles, mas o sucesso já não os acompanhava. A carreira dos The Chord findou em 1981.


Ian Page, nome importante na disseminação das ideias Mod, vocalista dos Secret Affair (nascidos dos New Hearts) foi o mentor da ascensão da sua banda na escala hierárquica Mod. Conseguiram-no graças a um cocktail Mod com muito Northern Soul à mistura.

Comercial não rima com Lambrettas, mas bem podia. Esta foi uma das bandas com maior sucesso no panorama musical de então. Malhas como ‘Da-a-ance’ e ‘Poison Ivy’ (cover dos anos 50 - single que mereceu edição portuguesa ) foram os melhores cartões de visita do LP ‘Beat Boys in Jet Age’, publicado pela Rocket em 1980.

Os Purple Hearts (nome tirado de uma droga muito consumida nos tempos dos seus heróis - The Who, Kinks, Small Faces) apanhados na febre Mod, seriam companheiros dos mods Back to Zero e dos The Cure na editora Fiction, subsidiária da Polydor (talvez a única multinacional que soube aproveitar a euforia Mod, tendo a seu cuidado os The Jam, The Chords e The Jolt). A banda sobreviveu até meados dos anos 80. Gravaram três Lp's do qual se destacou ‘Beat That’ de 1980.
Ian Page foi, e é, um nome a reter da cena Mod, outro interveniente não lhe fica atrás. Estamos a falar de Ed Ball, cabecilha dos The Times e de vários outros projectos paralelos (O Level, Teenage Filmstars e Tv Personalities). Para muitos mods, Ed Ball e a sua lírica, são um marco importante dentro do espectro Mod. Ed Ball criou ainda a editora Whaam. Mais uma similitude com Ian Page, que tinha fundado a I-Spy, editora dos Secret Affair e dos Squire, outra banda Mod com uma discografia considerável.

Fonte: André N.

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quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Londres 2002- Desmond Dekker, The Vibrators & outros...

Esta review-artigo já tem uns anitos, mas não deixa de ser interessante. A ambiência de Londres, os seus concertos, as lojas, os mercados, punks, skins, mods, os pubs…são sempre coisas que qualquer um de nós espera encontrar na capital Inglesa.

Passado um ano após a minha primeira visita a Londres, aquando do Festival Hollidays in the Smoke, voltei para mais uma vez ver ao vivo lendas vivas do ska e do punk-rock . A acompanhar-me foi o Rui, que já algumas semanas antes tinha ido comigo a Vigo ver Oxymoron, The Belltones e Pistol Grip!!

Partimos de Lisboa uma quinta-feira, dia 31/11/2002. O avião devia partir às 08h45, mas o sistema do aeroporto foi abaixo e houve um atraso de 2 horas mais ou menos... só não ficámos uma eternidade na fila para o check-in porque entretanto vi uma amiga minha que trabalha na TAP e nos despachou a mala. Sabem como é que é, os VIPS têm sempre estes conhecimentos... eheh! Chegámos a Londres já depois da hora do almoço, onde estavam à espera a minha namorada e uma amiga do Rui (gostas pouco gostas...), entretanto eu e o Rui ficámos sem contacto até sábado... eheh...

Carnaby Street - Londres

Na sexta fui até Carnaby Street começar a desgraça nas lojas clássicas (Cherry, Merc, Lonsdale, etc). Já ao final do dia, um cota veio ter comigo e a Teresa, perguntando se queríamos entrar num filme! O cromo estava a preparar um filme chamado “Football Factory” e precisava de pessoal skinhead, rude boy e afins para participar na filmagens... tudo à pala da minha camisola da Trojan (até o gajo da Merc perguntou onde é que comprei a camisola). Entretanto disse para aparecermos no concerto que estava a organizar no dia seguinte, quando perguntámos o que era nem queríamos acreditar... o gajo estava a organizar o concerto de Desmond Dekker and the Aces! Ainda lhe cravei uns bilhetes mas o cabrão não nos deu nada (deu-nos o poster e já gozámos), mas comprámos logo os bilhetes para nós e o Rui e ficámos a saber onde era a sala.

Carnaby Street (Anos 60)

Sábado de manhã lá conseguimos falar com o Rui e a Rita e fomos todos ao mercado de Portobello Road, onde continuámos o descalabro financeiro, desta vez com algum vinil e com uns sapatinhos Doc Marteens novos para o Rui. Depois... fomos para o Pub, claro! Guiness e mais 10 pontos carecas...

Laurel Aitken ao vivo no Club Ska - Londres

Chegou então a grande noite de 02 de Novembro de 2002, o concerto de Desmond Dekker! O sítio do concerto era um bocado longe, a norte de Londres, no The Rayners em Rayners Lane (Harrow). Quando chegámos ao sítio do concerto ficámos à toa porque não vimos logo a sala do concerto mas sim um género de Pub onde já estavam alguns grupos de carecas. Afinal a entrada era do outro lado do edifício e à porta lá estava o cromo do filme que nos reconheceu de imediato. Entrámos e ficámos abismados, um salão com decoração mesmo à antiga com umas mesas no final do salão e um toaster a meter som... parecia que estávamos numa festa ska em plenos anos 60! Por cima do palco uma grande faixa do Club Ska (que organizou o concerto).

Desmond Dekker - Ao vivo no Club Ska - 2002

A assistência, apenas entre 150 a 200 pessoas, era composta maioritariamente por skinheads com idades para cima dos 30 e 40 anos, alguns cotas mais casuals e um ou outro rude boy. Éramos quase de certeza as pessoas mais novas no concerto! Entretanto (e após algumas idas ao bar) o bacano que estava a organizar o concerto foi ao palco para fazer uma breve introdução e apresentação do Desmond Dekker, aproveitando para apresentar o grupo de portugueses que estava presente! Somos os maiores... Lá subiram então ao palco Desmond Decker and the Aces, proporcionando uma noite cheia de Ska, Rocksteady e Reggae! Foram tocadas pérolas como 007, Ah it Mek, Sabotage, You’ve got your troubles, Unity, etc... Houve tempo para tudo, até para uma versão super acelarada de King of the Ska! Para o encore ficaram mais 2 clássicos: You can get it if you really want (a música oferecida por Jimmy Cliff quando este se dedicou ao Soul) e Israelites.

Público do concerto Desmond Dekker

O som estava excelente e Desmond Dekker foi acompanhado por uns The Aces bastante competentes compostos por um gutarrista, um baterista, um baixista, um teclas, um percussionista e um gajo que não percebi muito bem o que é que estava lá a fazer ( de vez em quando cantava umas merdas ou puxava pelo público). A voz de Desmond continua um must, fazendo por diversas vezes solos com a voz, principalmente em falsete, que o caracteriza. Foi uma hora e tal de suor e dança entre tatuagens do West Ham Utd...

Desmond Dekker - Ao vivo no Club Ska - 2002

No dia seguinte o Rui regressou a Portugal, mas eu ainda iria ficar mais uma semana.
Na segunda-feira fui ter com o Pedro a Camnden Town, ao Elephant, o pub onde pára a mitra toda... juntou-se uma turma engraçada, incluindo o Biff de Varukers, pessoal de Sick on the Bus, o Vitor de Parkinsons, etc... Após alguns litros de Guiness e de combinarmos a tour de Varukers e Albert Fish em Portugal lá voltei para casa já a altas horas. Não me lembro muito bem como é que consegui encontrar o caminho de volta, mas lá cheguei inteiro!

Na quarta fomos até ao Mean Fiddler W1, onde vimos um concerto com 4 bandas Hardcore, em que os cabeça de cartaz eram os Strung Out que estavam na sua tour de apresentação do novo álbum: An American Paradox. Engraçado foi ver o Big Jay dos Bastards a distrubuir autocolantes de Lars Frederiksen and The Bastards...

No dia seguinte estava com uma dor de cabeça do caraças, por isso não fui ver o concerto dos The Restarts.
Chegou sexta-feira, dia 08 e dia de mais um grande concerto, desta vez os The Vibrators! Mais uma vez uma aventura para encontrar a sala que mais uma vez era nas traseiras de um Pub. A sala era a Wolfie’s Jukebox em Castle, relativamente pequena e com slides dos The Clash e dos Pistols na parede. Antes de Vibrators tocaram duas bandas, uma um bocado má que me fazia lembrar grunge e outra bué boa que era uma mistura de New York Dolls com Placebo! O público era na sua grande parte punks quarentões que pararam no tempo, mais propriamente em 77, o que os torna uma beca ridículos porque o cabedal já não combina muito com o tamanho actual das barrigas... enfim. Encontrámos também uma rapariga de Portugal e uns brasileiros que estavam com ela. O concerto de Vibrators foi excelente começando com Auto Fading e avançando para Kid, Slave, Tired, Troops of Tomorrow (tema imortalizado pelos Exploited), o grande hino Baby Baby, Sex Kick, Disco, Judy, etc... no encore trouxeram-nos Yeah Yeah Yeah acabando em beleza! No final veio falar comigo um skinhead polaco que já me tinha visto no Metro... gajo à maneira (claro que isto não vos interessa nada, mas lembrei-me).

Punk a fazer publicidade a botas em Camden Town

No dia seguinte havia concerto de Eddie and the Hot Rods, mas infelismente não tive oportunidade de ir ver o circo....Apanhei o avião de regresso na manhã de domingo, dia 10. O avião partia bastante cedo, por isso tive que apanhar um táxi para chegar a horas do check-in. Quando cheguei ao balcão dizem-me que o meu bilhete foi cancelado! Lá tive que explicar que no dia do meu voo o sistema berrou, mas que confirmei o voo quando cheguei a Londres. Nada de mais e um regresso calmo até Portugal onde cheguei ainda de manhã...

Cheers!

Fonte:Leitor do Cropnº1

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quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Vespa - História

HISTÓRIA DA VESPA

Como todos sabem a Segunda Guerra Mundial arrasou economicamente toda a Europa, incluindo a Itália. Neste país, a seguir à guerra, todas as fábricas ficaram de tal maneira destruídas que não havia trabalho para ninguém. O dinheiro não chegava para reconstruir tudo outra vez e para pagar salários. Reinava uma grande confusão. Era necessário fazer-se alguma coisa, mas ninguém sabia o quê. Era preciso ideias novas.Foi nessa altura que Enrico Piaggio se destacou. Depois da morte do seu pai em 1938, Enrico Piaggio havia herdado duas fábricas em Toscany, e nunca soubera o que fazer com elas. Passaram-se sete anos, e este apercebeu-se que era altura de fazer algo. As fábricas não se apresentavam nas melhores condições, mas mesmo assim não requeriam gastos elevados para as pôr a funcionar.
Enrico Piaggio tinha as fábricas, mão de obra não faltava, mas surgia uma grande questão: “O que é que vamos fabricar”. Tinha de ser um produto que servisse as necessidades do pós-guerra, para que fosse aceite no mercado. Um produto com um preço razoável. Um produto que pudesse ser feito a partir de materiais e equipamentos que já estivessem disponíveis nas fábricas. Assim, Enrico Piaggio, discutiu as suas intenções com Corradino D’Ascanio, um grande engenheiro em quem Piaggio depositava uma grande confiança.
O conceito de veículo que Piaggio descreveu a D’Ascanio era muito específico: Uma mulher tinha que sentir-se tão confortável quanto um homem a conduzir. Tinha de garantir a protecção ao condutor. Teria de evitar salpicos e manchas de água. Tinha de ter uma roda suplente. Ao mesmo tempo teria de ser leve, fácil de manejar e conduzir. Não podia ser cara nem na compra nem na manutenção, visto dirigir-se às classes mais baixas e com menos recursos económicos. Assim se criou a Vespa.
O primeiro protótipo foi construído a partir de material disponível naquele momento. Esta primeira “mota” foi alcunhada de Paperino (nome italiano para Pato Donald).
Piaggio ficou bastante satisfeito com o protótipo, e deu autorização para que as fábricas começassem a produzir em série.
No fim de 1945, tudo estava pronto para a apresentação da nova scooter de Piaggio. O modelo V.98 começou a ser produzido em Abril de 1946. A nova scooter foi um sucesso incrível em Itália. Piaggio tinha conseguido juntar todas as necessidades de transporte, das classes mais baixas, num só veículo
A Vespa foi descrita nos media como “um pequeno carro de duas rodas”, não na capacidade. Mas na flexibilidade de uso que oferecia aos seus utentes.
Nos dois primeiros anos de produção, mais de 50 mil Vespas foram fabricadas. O fenómeno Vespa tinha começado!

Em 1948, fez-se a primeira 125, com mais força e menos aperfeiçoamento (na suspensão, por exemplo). Foi um dos grandes passos dados, numa extensiva maré de sucessos, que veria nascer Vespas com diferentes características. Assim apareceu a potente Ramy Zoo, a Gentil 50 para os jovens, que se tornou uma linha clássica dos anos 70. Foram ainda criadas a sempre popular 45, a distinta Vespa militar, a três rodas APE e a quatro rodas Vespa 400.

SCOOTER STYLE

Tatuagem da Scooter Girl

“Da mesma maneira que não existem duas pessoas iguais, não existem duas vespas iguais. Podem ser do mesmo ano e do mesmo modelo, mas aos olhos de quem as tem, existe sempre uma diferença.
São estas características que fazem com que as vespas não sejam uma scooter qualquer, mas sim um estilo de vida!!”

Fonte: Vespa Girl . Todas as fotos, execepto a da scooter com a mulher de mini-saia, são da autoria da Scooter Girl. A foto da tatuagem no pescoço é da autora deste artigo. As fotografias são todas de encontros vespistas, onde a Scooter Girl participou, do final dos anos 90.

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terça-feira, fevereiro 14, 2006

MOLODOI - História

Depois do fim dos Bérurier Noir em 1989, François, um dos dois membros do núcleo duro desta banda, pensava, à altura, afastar-se da cena rock. No entanto, o encontro com Nanouuche e Spirou, dois irmãos provenientes de Dijon, fá-lo mudar de ideias... Nasce assim Molodoi em 1990. O nome do grupo reporta-nos às ambiências do filme de Stanley Kubrick ‘A Clockwork Orange’ e, na linguagem desta película, significa ‘Juventude’.

A este trio-base de voz-guitarra-baixo, vem juntar-se Pascal Kung-Fu, saxofonista, velho conhecido de François e ex-Tolbiac´s Toads, que participa em 3 temas do primeiro álbum ‘Irrécupérables’. A caixa de ritmos é cedo substituída por um baterista real, também ele originário da Bourgogne, Nino, representando a saída do mini-LP ‘En Avant !’ não só o segundo trabalho da banda, mas também o reunir do line-up que daria forma aos Molodoi nos anos que se seguiriam:

François -voz
Spirou -guitarra
Nanouche -baixo
Pascal Kung-Fu -saxofone
Nino -bateria

Ao mesmo tempo, François cria a distribuidora Division Nada, no seio da célebre New Rose, na qual agrupa diversos grupos Punk e Ska franceses e estrangeiros e que lançará, entre outros, a compilação ‘Oi! ‘N’ Ska Christmas Party’.

Em 1991, o terceiro álbum da banda consagra definitivamente a banda no panorama Oi! Francês; ‘Dragon Libre’ confirma o potencial da banda através de temas que são autênticos hinos à juventude e às temáticas queridas a François, religiosas e políticas. As tournés que se seguem ao lançamento deste disco são um sucesso imenso e confirmam a banda como o porta estandarte da juventude rebelde e consciente francesa.
O período que se segue após o lançamento de ‘Dragon Libre’, marca também a saída da casa New Rose, que, cada vez mais, se afastava do modelo de editora independente, mas não conseguindo, no entanto, oferecer as regalias e vantagens de uma grande distribuidora; Molodoi passa, então, a integrar o grupo Sony, através da sua subsidiária In Fact!.

Esta mudança ir-se-á traduzir numa promoção mais efectiva e menos underground do seu novo trabalho, intitulado ‘Royaume de Jeunesse’; desta forma, o single ‘La Boxe de l’Ombre’ passa frequentemente nas rádios do hexágono, o primeiro mega-sucesso do grupo, um tema bem elaborado, mas que fugia ao punk enérgico que caracteriza o grupo.

Logo de seguida os Molodoi oferecem-nos uma amostra do poder da banda ao vivo, o registo de um espectáculo na sala Florida, em Agen e publicado sob o título ‘On Est Là!’, tema que simboliza o espírito de comunhão e de união da banda com o seu público. Mais do que um best-of ao vivo, a banda imortaliza a sua história e sua postura numa grande festa, sentimento comum às suas actuações ao vivo.
Entretanto, Nino abandona o grupo, sendo substituído por Vincent ‘Fin de Siécle’; este último tem uma passagem meteórica pela banda, vindo a ser, também, substituído por Fred, que será o baterista dos Molodoi até ao final da banda.

O último álbum de originais da banda, ‘Tango Massaï’ é lançado durante o ano de 1996; merecedor de uma produção ao cuidado de David Ruffy (ex-Ruts) e de Seamus (Madness), é o trabalho mais elaborado do grupo, mantendo, no entanto, intacto o espírito e filosofia que identificam o nome Molodoi. Um video-clip do single ‘Ame Errante’, realizado por Jean-Michel Bensoussan tem destaque na programação musical dos canais TV Franceses. Pouco tempo depois, em finais de 1996, a banda separa-se, por motivos diversos, reaparecendo em 1999 para lançar o álbum póstumo ‘Rebelle Anonyme’, que reúne alguns temas inéditos e outros que se tornaram mais difíceis de encontrar.

Resta apenas o nosso obrigado à banda que reacendeu a chama da energia combativa, da insubmissão, da revolta, caminhando nos trilhos de bandas como Sham 69, Cocney REejects, Blitz, na tradição Britânica, ou os Franceses La Souris Deglinguée, R.A.S. ou Tolbiac’s Toads.

É certo que muito ficou por ser dito, tanto na análise da banda, como entidade criadora de um pensamento orgânico próprio, bem como no dissecar de suas obras. Mas, apresentados os Molodoi, deixamos esse trabalho aos leitores do Crop nº1...

Vent D'Est (Vent Divin) in Dragon Libre'

La liberté n’se monnaie pas
Elle se prend les armes à la main
Les peuples n’ont plus peur de ça
Rien n’arrêtera ce Vent Divin !
Est ! Ouest !
Dans les coins les plus reculés
Le parti unique peut trembler
Les dictateurs patentés
Savent que leurs jours sont comptés
Est ! Ouest !
Lasse toi aller à ce vent fou
Qui soufflera bientôt partout
Al’Est, à l’Ouest, au Nord, au Sud
Dans les campagnes ou dans la rue !
Est ! Ouest !
( chouers de la Liberté )
Est !

MOLODOI WEBSITE

MOLODOI SITE

Fonte: Leitor do Crop nº1

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