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quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Black Skins? - SIC Radical e a realidade

O título desta notícia puxa aqui para o blog a figura, controversa, cómica e rídicula, do 'Black Skin', que têm aparecido nos últimos meses na SIC Radical. Uma das personagens que aparece no programa cómico 'Vai tudo abaixo' é o 'Black Skin'. Esse personagem tem como objectivo ridicularizar o racismo extremista. Claro que a melhor maneira era colocar um preto a fazer de skin. A ideia, para fazer rir, não está má. Um indíviduo preto, trajado à skinhead, com um bastão, e um pequeno cão de nome 'Salazar', andam pelas ruas de Lisboa e arredores a ameçar estrangeiros, pretos, maricas, pessoas que vão às lojas comprar produtos não-nacionais, etc.

Ok, isto é mesmo para o gozo...é para rir e ponto final. Agora o que eu queria acrescentar é que quem se interessa minimamente pela cultura skinhead, pela música Oi!, ska e skinhead reggae, sabe que a existência de skinheads pretos, mulatos, morenos, amarelos, de todas as raças e regiões do mundo, é uma realidade. Desde o início, nos anos 60, que a existência de skinheads não-brancos e de diferentes backgrounds foi documentada. Para muita gente este tipo de videos da SIC radical ainda vem confundir mais as coisas. Assim para todos aqueles que de qualquer forma se identificam com esta cultura, este tipo de mensagem feita pela SIC Radical é sempre prejudicial. Pessoalmente não estou muito interessado que um canal feito por burgueses, para os meninos que pensam que ver a SIC radical é radical, ande a pôr as mãos numa cultura das ruas e da classe trabalhadora.

Actualmente a cultura skinhead espalhou-se por todo o mundo e com uma simples busca pela net pode-se encontrar skinheads e simpatizantes desta cultura em todos os continentes e regiões do mundo. Para se ser skinhead a cor da pele não interessa. Mesmo em Portugal a existência de skinheads não-brancos é uma realidade. Ainda me lembro aqui há uns anos de estar na loja de música Jukebox, perto de Santa Apolónia, e ver entrar um skinhead preto. Estive à conversa com ele. Era militar da marinha de guerra holandesa e o seu barco estava estacionado ali no porto de Lisboa. Tinha-se trajado a rigor e andava a passear por Lisboa. Já não me recordo bem mas parece que os pais dele eram do Hawai ou Jamaica. Disse-nos que na Holanda conhecia mais skinheads pretos, mas que ninguém ligava muito a isso, era simplesmente mais um 'one of the boys'. Houvia todo o género de música mas estava mais virado para o early reggae e ska tradicional.

Lembro-me também perfeitamente à coisa de mais de 10 anos atrás de uma rapariga negra que fazia parte do primeiro grupo de Sharp's portugueses. Recordo-me de a ver no concerto de Oi! Polloi na Juke Box, ali ao pé da Rua Das Pretas, a fazer a banca da Sharp e a vender material relacionado com a cultura skinhead e atrás de si um grande pano com o símbolo da Sharp-Portugal. Hoje em dia quem costuma ir a certos concertos e festas onde a presença de skinheads é regular pode ver que entre eles se encontram alguns skinheads negros e mulatos. Pareçe que para eles isso não é problema nenhum, é mesmo a coisa mais natural do mundo. Havia por ai uma banda à uns bons anitos, se não me engano de nome Oi!-Confusion que tinha um black skin. Podia continuar a relatar casos de Portugal...

Coloquei aqui dois videos relacionados com a cultura skinhead original (1969-70). Como podes ver a existência de skins brancos e pretos era uma realidade. A música escolhida era o skinhead reggae. Em seguida e para fechar esta 'notícia' coloco um video dos Pyramids ao vivo no Estádio de Wembley em 1970, durante um super-festival de Reggae. Como podem ver o vocalista que até se parece um pouco com o black skin da SIC Radical não está ali a fingir e a brincar aos racismos. Aquela era a realidade da juventude das classes trabalhadoras britânicas. Não era para dar show para a televisão. Já agora, para quem não sabe, os Pyramids não eram nem mais nem menos que os Symarip (Pyramids escrito ao contrário) que editaram o famoso Skinhead Moonstomp.

Para terminar que fique esclarecido que as pessoas que realizam este site condenam o racismo venha ele donde vier. Mesmo sendo o personagem, destes videos da SIC Radical, um individuo preto, a mensagem que passa é a condenação do racismo branco. Também ficaria bem condenar o racismo praticado por pretos. Ele também existe e por vezes é mais tolerado. Estamos contra essa atitude que hoje em dia se podia denominar de 'politicamente correcta'. A nós a cor da pele não interessa. Companheirismo, amizade, união, não têm cor. O que não quer dizer que tenhamos que aceitar e gostar de todas as culturas e tendências que existem no mundo. Pessoalmente existem certas culturas, modas e atitudes que não me dizem nada, me repugnam e merecem o meu total desacordo. Para alguns bem pensantes isto é um género de racismo cultural ou conservadorismo. Chamem-lhe o que quiserem. Simplesmente não tenho de gostar de tudo e de todos.

Fonte: Youtube / SIC Radical

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