Uma vez 'skins', 'skins' para sempre (Courrier Internacional)
Para ficarem com uma ideia do que podem encontrar neste trabalho deixamo-vos com algumas transcrições do mesmo. 'No fim dos anos 1960 e no início dos anos 1980, o Reino Unido desenvolveu uma cultura de juventude de tal modo marcante na sua imagética e ameaçadora na sua atitude que ainda nos faz sentir vergonha. Botas cardadas, calças de ganga com os bolsos traseiros deformados por pentes pontiagudos de metal, assim é o aspecto visual do skinhead. O terror nas estações de metro, nos estádios de futebol ou na esquina da rua assenta totalmente na provocação e na intimidação. Qualquer moda é uma questão de dinheiro, humilhação, pertença e demarcação. Desde que há skinheads também pode ser a expressão de uma ameaça'
'De onde vem este código de honra? Durante a II Guerra Mundial, os marines eram apelidados 'skinheads', mas o termo designa, sobretudo, alguns jovens britânicos do fim dos anos 1960. O «h» não se pronuncia e as outras designações - «peanuts» (amendoins), «cropheads» (cabeças rapadas», «boiled eggs» (ovos cozidos) e «skulls» (crâneos) - cairam em desuso. O estilo dos skinheads, com camisas de quadrados Ben Sherman, Levi's com suspensórios, Doc Martens, (penteado) «cauda de rabo» e minissaia para as raparigas inspira-se directamente nos últimos «mods» (modernistas, movimento musical e estilista do final da dévada de 1960, personalizado sobretudo pelos The Who. Irmãos mais novos dos «mods», os skinheads radicalizam o seu visual e invadem os estádios de futebol com as suas armas de fabrico caseiro. Adoptam as anfetaminas, elemento principal das noites em branco «mods», misturadas com canábis e solventes. A sua música de eleição corresponde à imagem do seu estilo de vestuário: a anos-luz dos «hippies». Os skinheads usurpam o repertório jamaicano e adoptam a preferência dos «rude boys» (delinquentes jamaicanos dos anos 1960) pelo «bluebeat» e pelo «ska». Mas as concentrações em Brighton e Southend levantam uma questão: contra quem estão eles ao certo, para lá da autoridade em geral? No apogeu do «glam rock» («glamour rock», de que David Bowie foi uma das figuras principais), em 1972, os skinheads estão fora de jogo'
'O título do filme de Meadow faz referência a um ensaio malicioso do crítico Dick Hebdige. Com o título completo «This is England and they don´t live here» (Isto é a Inglaterra e eles não vivem cá), é uma citação de um skin de Londres Oriental- cahamdo Mickey, que começa com a frase clássica: «Ouçam bem o que vos digo: tenho muitos amigos de cor e eles são boas pessoas. Mas têm a sua própria cultura. Os paquistaneses têm uma cultura com vários milhares de anos. Mas para onde foi a nossa cultura? Para onde foi a cultura britânica'
Segundo declarações de Gavin Watson (skinhead desde 1979, com 14 anos de idade), agora com 41 anos, é uma das testemunhas mais fiáveis dessa época: 'Julgo que não havia mais de 30 'skins' nazis em Londres. Mas meteram-nos a todos no mesmo saco. Alguns jovens skinheads deixaram-se recrutar pelo BNP (Partido Nacional Britânico), mas a maioria estava-se borrifando para a política. Os skins limitavam-se a ir onde havia outros skins. E quando votavam, votavam sobretudo nos trabalhistas'
'Quando os skinheads começaram a ter os cabelos compridos, Watson apontou a sua objectiva para o Summer of Love (cultura hippie), mas sabe que não será lembrado pelas suas fotos de festas «rave». Dedica-se, agora, a fotografar os skins muçulmanos da Malásia. «Garanto-vos que existem. Pergunto-me frequentemente como é que o nosso pequeno bando pôde chegar a isto», diz Watson, que há pouco fotografou alguns jovens skins em Southend (bairro de Londres). Estes, porém, parecem sobretudo manequins, versão asséptica dos seus modelos. São no máximo, «suedheads». «O que antes foi um estilo tornou-se um mito. E o mito depressa se tornou mais convicente do que a realidade», conclui Watson'
Para terminar aqui ficam as declarações, que o autor deste artigo foi retirar ao site skinheadnation.com, de Pan, 'um skinhead dos nossos dias': 'Ser skinhead é um modo de vida, uma verdadeira cultura. É ter orgulho no meu aspecto, trabalhar para sobreviver e ganhar tudo o que possuo. Os skinheads são a minha segunda família, os meus irmãos da rua. É também ser fiel aos valores que adquiri, ao código de honra. É a mais autêntica das culturas, porque são pessoas verdadeiras, os trabalhadores, os pobres. Vistos do exterior, não passamos da escória da Humanidade, mas sabemos que isso não é verdade. Sabemos que encarnamos uma das grandes culturas juvenis de todos os tempos e ninguém nos pode tirar isso. Somos verdadeiramente nós contra o resto do mundo, e sabemo-lo bem demais, o resto do mundo não tem qualquer hipótese'. Mais palavras para quê?
Para quem estiver interessado em ler o artigo na sua totalidade é só fazer o download do mesmo em PDF - Uma vez 'skins', 'skins' para sempre (Courrier Internacional) - PDF
Fonte: Courrier Internacional
Etiquetas: Artigo, Courrier Internacional, Filme, PDF, Revista, Skinhead, This Is England
2 Comentários:
Eses scaners da materia ñ saum disponibilizados para baixar pois eu naum consigo abri-los exclusivamente em outra pagina com um maior zoom para a melhor leitura da metria...será q seria´possivel disponibiliza-los ??
abraços
Skins desde Brasil
Por Anónimo, Às 12:50 da tarde
Já coloquei o artigo em PDF. È só fazerem download.
Por Crop Nº1, Às 2:09 da tarde
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial