MODernices , uma conspiração feita de círculos e setas (Parte I)
Nesse ano de 1979, lado a lado com o Punk (em fase de definição quanto ao seu rumo) e seus derivados (Ska Two Tone , Rockabilly Revival , New Wave e afins), o Mod Revival viu nascer os seus primeiros heróis.
Como ‘chefes’ de fila tínhamos os The Jam, power trio, que fez parte da primeira fornada punk mas seguiu um rumo diferente. Essa mudança é clara, em 1977, aquando do lançamento do seu segundo LP, ‘This is The Modern World’. Paul Weller, vocalista dos The Jam, com a sua escrita perspicaz relatava os anseios e as inquietações de uma geração. Juntamente com os seus compinchas, Bruce Foxton (o ás das quatro cordas) e Rick Butler na bateria, deram nova vida a um movimento que jazia no tempo.
Da fábrica saíram muitas rodelas de 45 e 33 rotações que fizeram e ainda fazem parte do imaginário Mod. ‘Going Undeground’ , ‘News of The World’, ‘Strange Town’, ‘When You Are Young’, ‘Smither Jones’ fazem parte de uma infindável lista de clássicos destes pioneiros do Mod Revival.
A seguir as pisadas dos The Jam, nasceram então uma boa mão cheia de bandas. Muitas delas também com um início ‘apancalhado’, mas que rapidamente se aproximaram e reuniram naquilo que então se poderia apelidar de movimento Mod.
Desse grupo de bandas constavam os The Chords, que misturaram, com mestria, a melodia do Mod com a pujança do Punk. Produziram peças majestrais, como: ‘Maybe Tomorrow’, ‘Now It's Gone’ e ‘In my Street’. Os The Chords tiveram algum sucesso. Actuaram no Top of The Pops e o LP ‘So Far Away’, de 1980, chegou atingir o posto 30 no Top inglês. Lançaram ainda alguns singles, mas o sucesso já não os acompanhava. A carreira dos The Chord findou em 1981.
Ian Page, nome importante na disseminação das ideias Mod, vocalista dos Secret Affair (nascidos dos New Hearts) foi o mentor da ascensão da sua banda na escala hierárquica Mod. Conseguiram-no graças a um cocktail Mod com muito Northern Soul à mistura.
Os Purple Hearts (nome tirado de uma droga muito consumida nos tempos dos seus heróis - The Who, Kinks, Small Faces) apanhados na febre Mod, seriam companheiros dos mods Back to Zero e dos The Cure na editora Fiction, subsidiária da Polydor (talvez a única multinacional que soube aproveitar a euforia Mod, tendo a seu cuidado os The Jam, The Chords e The Jolt). A banda sobreviveu até meados dos anos 80. Gravaram três Lp's do qual se destacou ‘Beat That’ de 1980.
Ian Page foi, e é, um nome a reter da cena Mod, outro interveniente não lhe fica atrás. Estamos a falar de Ed Ball, cabecilha dos The Times e de vários outros projectos paralelos (O Level, Teenage Filmstars e Tv Personalities). Para muitos mods, Ed Ball e a sua lírica, são um marco importante dentro do espectro Mod. Ed Ball criou ainda a editora Whaam. Mais uma similitude com Ian Page, que tinha fundado a I-Spy, editora dos Secret Affair e dos Squire, outra banda Mod com uma discografia considerável.
Fonte: André N.
Etiquetas: História, Mods, Power Pop, Reportagem
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