Image and video hosting by TinyPic

sexta-feira, agosto 04, 2006

Nitrofuranos: O Escândalo em destque entre os escândalos em voga

Como já se aperceberam de vez em quando coloco aqui um texto sobre política, opinião social, etc. Penso que é importante estarmos atentos ao que nos rodeia e intervir sempre que pudermos ou queiramos. Este texto aqui colocado diz respeito ao campo da agricultura - saúde alimentar. Na minha opinião esta análise sobre o 'escândalo dos nitrofuranos' está muito boa. A forma como está escrita é bastante acessível e a exposição das ideias é bem clara e ciêntifica. Por último acrescento que as propostas propostas neste texto se enquadram muito bem no espírito do projecto de vida deste site: Vida simples, luta dura. Convido-os então a ler atentamente este texto.

NITROFURANOS: O ESCÂNDALO EM DESTAQUE ENTRE OS ESCÂNDALOS EM VOGA

Os meios de comunicação social em permanente busca de audiências ou tiragens que lhes assegurem publicidade acrescida criaram engenhosamente a moda dos escândalos sucessivos, trazendo à ribalta um novo escândalo quando o anterior principia a esfriar.
E é assim que situações como a pedofilia na Casa Pia, que datam de há décadas (séculos?), com o conhecimento complacente de sucessivos governos, das administrações da instituição, das polícias, da justiça, de antigos e novos alunos, se tornou subitamente um escândalo de grandes proporções. Como a morosidade das investigações colocou a questão em lume brando, convinha, enquanto não chegava a guerra ao Iraque para monopolizar os noticiários, um novo escândalo para fixar leitores e telespectadores. E surgiu o escândalo dos nitrofuranos na avicultura.
Também aqui práticas quotidianas (com nitrofuranos e/ou outras substâncias nocivas ) vigentes há décadas, conhecidas de governantes, autoridades sanitárias, produtores de rações, avicultores, distribuidores e de sectores do público consumidor se tornaram subitamente um escândalo, pelo simples facto de serem divulgadas com grande ênfase por alguns órgãos da comunicação social.
E não deixa de ser curioso que a preocupação incida quase exclusivamente sobre o sector avícola, apenas por serem mais discretas as referências da comunicação social à ocorrência do mesmo fenómeno na cunicultura ou na suinocultura. Para mais sabendo-se que situações análogas ou afins têm lugar na criação de ovinos, bovinos e até na piscicultura.
Na realidade a produção de proteína animal em larga escala, a preços competitivos e com bons lucros, está inelutavelmente ligada a este tipo de situações. É ela mesma um escândalo, sob vários aspectos:

a) tratamento infligido aos animais
b) saúde pública
c) dietético
d) fome no mundo
e) preservação da natureza

a) As condições a que são submetidos os animais nestas criações intensivas, com enorme concentração de animais em espaços exíguos e métodos artificiais de crescimento e engorda em tempo record. A superpopulação cria o risco de epidemias, donde o uso em larga escala de antibióticos e afins, tanto mais que ocorrem frequentemente feridas nas patas (por pavimentos inadequados ou acumulação de excrementos) e noutras regiões do corpo por comportamentos agressivos resultantes da superlotação. É também frequente a administração de hormonas para obter um crescimento mais rápido. As condições artificiais de vida – ausência de progenitores, superpopulação, exiguidade de espaço, luz artificial, monotonia alimentar, piso e higiene deficientes – conduzem a situações de stress psíquico e grande sofrimento por parte dos animais. A introdução de proteínas animais (farinhas de ossos, vísceras, etc.) na alimentação, mesmo de espécies exclusivamente herbívoras, para acelerar o crescimento ou favorecer a produção de ovos ou leite já revelou os seus malefícios – caso da BSE – e nada se sabe ainda do que poderá resultar da introdução de alimentos transgénicos. As condições de transporte e abate são, como também é do conhecimento geral, deploráveis. Valores morais, um mínimo de sensibilidade e de preocupação com o bem estar e o sofrimento dos animais, primam pela ausência na imensa maioria destas explorações.

b) Saúde pública. A presença de antibióticos, fungistáticos, hormonas e outros produtos (nomeadamente cancerígenos, como os nitrofuranos) na carne destes animais têm graves repercussões na saúde humana. A ingestão quotidiana de antibióticos na alimentação provocam reacções alérgicas de gravidade variável e criam resistências bacterianas que tornam mais difícil o tratamento de eventuais infecções humanas. Do mesmo modo a ingestão de hormonas tem efeitos nocivos. E, facto da maior relevância, como a ingestão daqueles fármacos é feita sem conhecimento do doente nem do médico torna-se muito difícil identificar a origem do problema. No caso das substâncias cancerígenas é geralmente necessária uma ingestão prolongada e os efeitos surgem tardiamente, ao cabo de anos ou mesmo décadas, pelo que se torna difícil determinar a causa do tumor.
Por esta dupla preocupação com o bem estar animal e a saúde humana a agricultura biológica proíbe a criação de animais em regime intensivo, seja para produção de carne, leite ou ovos e igualmente interdita o uso de antibióticos (salvo para tratamento de infecções declaradas), de hormonas e de rações industriais de natureza duvidosa.

c) É indispensável chamar a atenção para o erro dietético (e económico) que é o excessivo consumo de proteína animal no mundo dito desenvolvido, que está na origem dos problemas que vimos tratando. O ser humano necessita de 70g de proteína para a renovação dos seus tecidos. É um erro utilizar proteína como fornecedor de energia. Para este efeito devem ser utilizados os açucares (sobretudo) e as gorduras. As proteínas são menos eficazes e a sua utilização para este fim é biológica e economicamente um desperdício. Grande parte das proteínas podem ser obtidas facilmente de alimentos vegetais – legumes, sobretudo – mas alguns aminoácidos essenciais escasseiam no reino vegetal e são facilmente obtidos no leite e derivados, nos ovos e na carne. Mas basta uma pequena quantidade para complementar uma dieta essencialmente vegetariana. O leite é um alimento completo e os ovos, como o leite, contêm proteínas de alto valor biológico, pelo que a ingestão de qualquer deles torna desnecessário o consumo de carne ou peixe.

d) O consumo excessivo de proteína animal pelos países mais ricos (e pelas classes mais abastadas dos países pobres) é uma importantes causas da fome no Mundo. A produção de carne nesses países (em boa medida para consumo nos países ricos) implica a transferência de muitos terrenos agrícolas para a alimentação animal (forragens, cereais) reduzindo a área destinada à alimentação humana. Mas além da redução da área agrícola para alimentação humana tem sido necessário recorrer à desflorestação para criar pastagens. A perda da floresta significa para as populações locais pobres uma dificuldade acrescida para obter lenha para cozinhar e madeira para a construção de habitações.

e) A desflorestação, a produção vegetal para alimentação animal em larga escala (com recurso a adubos industriais, pesticidas, etc.) modifica as condições ecológicas e reduz drasticamente a flora e a fauna selvagens. Os adubos, pesticidas e excrementos poluem também as nascentes e cursos de água. A produção de proteína animal em larga escala é, portanto, nociva para o meio ambiente.

A solução do problema não se encontra pois numa fiscalização mais exigente das explorações avícolas (e outras) que apenas poderá, na melhor das hipóteses, reduzir a administração de alguns produtos mais perniciosos mas nunca conseguirá, enquanto persistir a produção intensiva, uma alteração qualitativa importante. È necessário eliminar a produção intensiva. Mas para eliminar a produção intensiva é indispensável reduzir o consumo de proteína animal. Isso exige a reconversão da nossa dieta, tornando-a mais equilibrada, mais saudável e mais económica. É uma tarefa que está ao alcance de cada um de nós, que só de nós depende, e que, para mais fácil adaptação, se pode fazer de modo progressivo. Mudando os nossos hábitos alimentares e optando por produtos da agricultura biológica conseguiremos aquilo que a fiscalização estatal nunca conseguirá: a redução ou desaparecimento da produção animal em regime intensivo. Uma luta que atinge simultaneamente vários e importantes objectivos: autodisciplina, saúde, bem estar animal, luta contra a fome e preservação do meio ambiente. As verdadeiras revoluções estão geralmente ao nosso alcance e os que se propõem revoluções impossíveis ou em futuros remotos estão muitas vezes apenas a fugir às exigências e esforços indispensáveis das revoluções efectivas.

Fonte: Jornal 'A Batalha'

Etiquetas: , , ,

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Skinheads e Oi Vs libertação animal, vegetarianismo…


Pois é…se estavam à espera do típico site que só iria falar de bebedeiras, futebol, porrada, sexo e coisas do género, desenganem-se. Não é que os tópicos atrás referidos não sejam importantes…claro que são! Mas quando enquadrados na realidade do nosso dia a dia. E a seu tempo irão ser notícia, quando isso se justifique, aqui no blog. Não é por se ser skinhead ou partilhar alguns ‘gostos’ desta cultura que se tem de ser feio, porco e mau. Alguns enquadram-se nesta última descrição, mas muitos não! O problema não está em seres isto ou aquilo. Geralmente os problemas aparecem quando queres impor o teu ponto de vista aos outros, ou as tuas acções entram de forma prejudicial, e sem consentimento, no campo privado ou vida de outra pessoa.

Esclarecido isto, queria então abordar, não dogmaticamente, um tema que poderá ser ´rotulado’ de cariz político-social e ambiental-saúde.

Skinheads, libertação animal, vegetarinsimo…

Um skinhead ou alguém que se identifique com esta sub-cultura pode ser vegetariano ou defender os direitos dos animais. A minha resposta é clara: Sim! Um skinhead é um individuo que como qualquer outra pessoa é influenciada pelas mais diversas manifestações político-sociais e culturais que o rodeiam. A diferença é que geralmente o skinhead é um individuo que não tem medo de assumir as suas convições e defende-as com unhas e dentes. Não comer carne ou ser mesmo vegetariano, defender o bem estar animal, repugnar-lhe a tourada, etc são escolhas individuais. Ninguém tem nada que ver com isso. Até posso ir mais longe. Não comer carne é uma escolha individual agora mal tratar animais, abandonar animais…é crime. Quem não gosta de animais não os tem. Quem tem animais ou os trata bem ou tem de responder pelos maus tratos. Ponto acente!

Outra situação que a mim me repugna é a utilização de produtos de beleza e cosméticos experimentados em animais. Uma pessoa para andar limpa não precisa da grande maioria de produtos que existem no mercado e são publicitados a toda a hora. As pessoas aburguesaram-se e compram montes de porcaria que não necessitam para ter uma vida saudável. Muitas marcas apesar de já não necessitarem de experimentar os seus produtos em animais, pois já existem muitas alternativas, continuam a sacrificar a vida de animais inocentes . Na minha oipinião temos de lutar contra o consumismo exarcerbado, contra o aburguesamento do nosso dia a dia e voltar a ter uma vida mais simples!

Em Portugal tenho conhecimento de vários skinheads e simpatizantes desta sub-cultura que não comem carne, são vegetarianos e esporadicamente participam ou apoiam no mais variado tipo de campanhas ou acções que se enquadram no campo da libertação animal. Alguns mesmo são ‘sócios’ de associações ambientais que se preocupam com o bem estar animal. Na minha opinião esta é uma forma positiva de intervenção na sociedade.

Em seguida deixo três exemplos reais de bandas Oi! e organizações de skinheads que expressam a sua simpatia pelos direitos dos animais.

Los Fastidios - Banda Oi!-Streetpunk italiana - Animal Liberation.

Los Fastidios - ‘Animal Liberation’ - MP3
Los Fastidios - ‘Animal Liberation’ - Vídeo

Los Fastidios - ‘Animal Liberation’ - Letra

Io vorrei sapere dov'è scritto
che per gli animali non esiste alcun diritto
FIGHT FOR ANIMAL FIGHT 2X
Io non posso più restare indifferente alla violenza
sul mondo animale in nome della scienza

Ritornello

Basta ai vostri esperimenti più diritti agli animali
apriremo quelle gabbie vili ecocriminali
Animal Liberation Animal Liberation Animal
Liberation World

Strofa 2

Milioni di animali torturati ogni giorno
per il business della moda dell'industria e dei suoi boia
FIGHT FOR ANIMAL FIGHT 2X
Il tuo diritto all'eleganza non può certo prevalere
sul diritto di sopravvivenza di un essere vivente

Ammassati su quei camion senza il minimo rispetto
gli indifesi più indifesi che san già di andare a morte

Strofa 3

Io vorrei sapere dov'è scritto
che per gli animali non esiste alcun diritto
FIGHT FOR ANIMAL FIGHT 2X
Guardo in quegli occhi tristi chiusi dentro quelle gabbie
Stop a questa crudeltà, piegheremo quelle sbarre

The Business
- Sabotage The Hunt - do álbum "Suburban Rebels"

"Sabotage The Hunt"

Lying in wait they come
Dressed in red of course having fun
Trumpets blow height of their day
Fox will die if they have their way

[Chorus:]
Sabotage [x3] the hunt today
Sabotage [x3] it anyway

Here they come with horse n' hounds
Middle class murders must be blocked
Destruction of wildlife must be stopped

Go near their houses and you'r kicked
Try to stop 'em and you'll be nicked
They're protected by the law
All we do is watch in awe!

SHAFT

Skinheads Against Foxhunting (Skinheads contra a caça à raposa)


"A bunch of skinheads who pull people off their horses"

Como podem ver pelos três exemplos atrás demostrados o tema do bem estar animal não passa ao lado da nossa sub-cultura. A música dos Los Fastidios aborda o tema numa perspectiva mais profunda. Cantam a total libertação animal. A música, principalmente o refrão, é muito bonita. Agora cada um é que deve escolher até onde deve ir a libertação animal. Para esta banda italiana a libertação deve ser total.
Na música dos The Business e no grupo de Skinheads ingleses contra a caça à raposa além de uma atitude de defesa animal está também implícita uma crítica dura às classes altas.

Links
vários para sites relacionados com o tema aqui debatido:

Fonte: Los Fastidos / The Business / Shaft

Etiquetas: , , ,


 

 

free website stats program