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sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Associação AEZ (França) - Entrevista

1- Para começar, podias dar uma ideia ou breve biografia, acerca do começo e do percurso da A.E.Z.?

A AEZ é uma associação que nasceu em Dezembro 1998. Éramos um grupo de amigos onde se escutava punk por um lado e reggae por outro. O ska fez a união das duas partes, permitindo o nascimento de AEZ, já que vários de nós pensavam em organizar concertos desde há muito tempo atrás. O primeiro concerto fez-se em Agosto 1999 com Skarface, 100 Gr DeTêtes e Arrach Moumouth. Desde o princípio, identificamos a Associação aos nossos gostos, que foram evoluindo com a descoberta de outros sons e movimentos além do punk e rasta, ou seja a influência do movimento skinhead... Tenho de dizer que desde os primeiros tempos, o pessoal da direcção são os mesmos, à parte de um ou dois elementos, cada um com as suas especialidades que decorrem do que fazemos na vida. Assim, posso dizer que o núcleo do AEZ é composto por Guibe, que foi um dos elementos mais decisivos pela constituição e organização material; Ludo, que viveu em Paris durante 7 anos, é o que propõe as bandas, o que tem os contactos, digamos que é um dos directores artísticos, além de ser um coleccionador incondicional de vinis, quer sejam de Ska, Reggae, Oi! ou Punk... Foi também o que "importou" o conceito skinhead para a nossa "Santa Terrinha"... Pepino é o publicitário oral, condutor, sempre muito motivado, se não é um dos que decide verdadeiramente, é o elemento que dá impulso a tudo, além de conhecer um montão de gente no meio underground local, já que é uma pessoa que gosta de falar com qualquer malta. Eu, decido ao mesmo nível que os outros todos, faço os contactos estrangeiros, administração e comunicação, com concepção dos flyers e artigos para os jornais. Atrás destas quatro pessoas, existem outras tantas, menos à vista, mas com motivação sempre intacta para a organização: Flo, Nico (outro luso-francês), Foufe, Cyril, Isa e vários. Chegámos a ser mais de 30 membros na associação. Mas por causa da orientação que lhe demos, esse número foi descendo durante estes anos, e hoje somos 7 ou 8, os que estão citados aqui, os mais importantes, os apaixonados, cujas diferentes competências fazem um todo: AEZ. Ao longo destes sete anos, fizemos 12 concertos com um mínimo de 3 bandas por espectáculo. O público, mesmo sem ser imenso, esteve sempre presente. Hoje, a AEZ está sempre em actividade, mas a vida faz com que cada um tenha os seus objectivos pessoais, e combinado com certas dificuldades organizativas, financeiras ou administrativas, não fazemos tantas datas como antes, limitando a uma data por ano, quando é possível... mas AEZ está sempre viva!!!


2 - Em Portugal assiste-se a uma quase nula actividade cultural/musical "alternativa" fora dos grandes centros urbanos (Nota: Excepto Aljustrel, Glória do Ribatejo...). Como já me tinhas dado a entender em conversas anteriores, Salles-Curan fica numa zona mais rural, fora do rebuliço das grandes cidades. De que forma vês em que esse aspecto possa ter influenciado o começo das vossas actividades enquanto Associação Cultural Juvenil?

Não sei como é a lei em Portugal. Se existe ou não uma rede de Associações a vários níveis. Aqui, em França, desde que o teu objectivo não passe por fazer dinheiro e lucros (aparte para manter a viabilidade do projecto) é muito fácil, a partir de duas pessoas, criar uma associação, e isso depende de leis de 1901. Por outro lado, o principal da actividade cultural / musical alternativa passa aqui também pelas grandes cidades. As mais próximas de Salles-Curan sendo Toulouse e Montpellier, ambas a 1H30 de carro. Mas para responder a várias expectativas, as Associações criaram uma oferta nas zonas mais rurais, e isto desde há muitos anos atrás, para não dizer sempre. Esta oferta passa a nível musical, por bailes e concertos festivos e também, nesta ultima década, por Festivais de grande envergadura.

O que se passou com a AEZ, é que nestes tempos, nos arredores geográficos, houve muitas Associações que se criaram, tendo como objectivo dar uma abertura às músicas alternativas aos jovens rurais daqui. Muitas dessas Associações caíram na moda ska-punk festivo desses anos, sem criarem uma identidade própria, e por isto, não conseguiram chamar a atenção do público exterior (excepto os grandes festivais) à Região. Todos faziam igual, sempre com o mesmo género de bandas. Mas foi uma época de grande movimentação cultural! Todos os sábados podíamos ir a um concerto, desde que alguém estivesse pronto a conduzir ida e volta mais de meia-hora de distância. A AEZ nasceu neste contexto, com a ambição de demarcar-se do conceito de então: a moda, o ska-punk e "música alternativa francesa". Desde os primeiros concertos, o objectivo foi fazer concertos de punk e, sobretudo, de ska tradicional. Foi um elemento muito decisivo para nós: Enquanto muitas Associações só viveram um, dois ou três anos e já morreram, com a onda do ska-punk & companhia, nós conseguimos atrair os verdadeiros amantes do Ska e Espírito de 69. Assim, em França, são muitos os skinheads trad, sharps & reds a conhecer o nome da nossa AEZ. Mesmo além fronteiras, Barcelona e Suiça, já encontrei skins que conheciam Salles-Curan.Depois, e antes de tudo, apesar da orientação ser a base do sucesso da AEZ, uns dados muitos importantes são os financeiro e administrativo. Para começar, tivemos de pedir às Colectividades um pouco de dinheiro. Mas para obtê-lo, é preciso ter um projecto sólido, com todos os pontos da organização previstos. Administrativamente, é igual: tudo deve ser claro, não há nada que não seja dado ao conhecimento dos impostos e várias administrações. Politicamente, temos de estar atentos aos dirigentes locais e também à população, que não está acostumada (ou não estava!!! menos de 1000 habitantes durante o inverno) às ondas de punks & skinheads passeando pela rua com a cerveja na mão.Estar numa zona rural não facilita a nossa tarefa, já que os factores a tomar em conta são muito numerosos: uma merdinha qualquer, daquelas que toda a gente faz quando está cheia de cerveja, pode meter a vida da AEZ em perigo. Mas bom, até aqui, conseguimos seguir em frente, tomando conta desses aspectos todos. Por outro lado, é preciso saber que os cafés que vendem litros e litros de cerveja durante toda a tarde e parte da noite, os restaurantes que vêem passar toda esta gente esfomeada , os hotéis, etc, não são estes que nos vão ‘foder’.


3 - Costumam organizar festas / concertos com estilos bem diferentes de música - Reggae, Punk, Soul, Oi!, Funk... É difícil conjugar diferente público ou a união e a sintonia prevalecem sempre?

Considerando que todos estes estilos saem dos anos 60 ou são mais ou menos derivados dos movimentos que nasceram nesses anos, os públicos são vários, mas nem tanto... Primeiro, nunca convidámos bandas de Soul ou Funk, já que bandas desses estilos são difíceis de encontrar. E o Funk não entra verdadeiramente nos gostos da associação, sendo mais uma coisa do London'69. A AEZ está mais virada para o Ska, Early Reggae, até mesmo Roots, Punk, Hardcore e Oi! Mas se vires o histórico, tentamos fazer uns cartazes com uma certa coesão (tentamos, porque segundo as bandas e o dinheiro disponíveis, nem sempre é fácil!). Em relação a isto, o público é sempre composto duma parte de skinheads, punks e crusties (punks da rua, com os cães e tudo a seguir - risos..), duma parte mais pequena de hippies abertos a todos estilos musicais, e por outra parte de gente normal que gosta dos ambientes de concertos. Uma vez ou duas houve umas fricções entre skinheads e hippies, mas de maneira muito local, não generalizada. Estamos sempre com o olho aberto para minimizar estes acontecimentos. Quando não há um serviço de segurança é preciso saber falar às pessoas, ser tranquilo e razoável, saber fazer diplomacia.Num dos últimos concertos dos Kargol's (com os P38 e o Skamizol), a sala estava dividida em três partes. Em frente ao palco: crusties de um lado e hippies do outro e ‘gente normal’ atrás. Cada um dos géneros dançando sem se misturarem!!!Parece uma coisa surrealista, mas evitou-nos o caos!!!! (risos). Nos concertos Oi! & Ska, com a prevalência de skinheads, não houve problemas nenhuns. O principal é que não haja fachos na sala e objectos perigosos. Mas nesses concertos, há sempre um serviço profissional de segurança e o público submete-se, sem problema, ao controlo na entrada e a certas regras de base: sem vidro, sem cães, sem fachos!!!


4 - Enquanto participante, organizador e interveniente, quais os pontos altos que da A.E.Z?

Vou tentar falar em nome de todos os colegas mas parece que o facto de sermos "conhecidos" e reconhecidos até Paris, Estrasburgo, Marselha, Barcelona em meios underground è a melhor coisa para nós. Quando vamos a concertos nessas cidades, encontramos sempre pessoal conhecido, amigos que já nos deram ajuda ou ideias, gente apaixonada, gente como nós! Penso que isso è a melhor coisa do nosso projecto e que os meus associados / amigos estariam de acordo comigo. Outra coisa é, antes e depois dos concertos, ver o ambiente na aldeia, nos cafés, onde punks e skinheads partilham o bar com camponeses e velhotes. É uma visão incomparável, excelente! Em relação aos concertos, o ambiente com Los Fastidios, Psico Rude Boys, Kargol's, 8°6 Crew, Oppressed e bandas deste gabarito foi sempre fixe, com toda a gente a dançar ou a cantar... E claro que em termos de ambiente skinhead, o melhor foi o último, com os The Oppressed e Cabrians. Foi mesmo uma grande noite com 500 pessoas na sala a cantar e a dançar, tanto com Oi como com Ska e Reggae. Só 200 eram da Catalunha e País Basco. Mas quase todos os concertos tiveram um ambiente inesquecível. O que atraiu mais público foi o de Dr Calypso, 8°6 Crew e Komando Moriles. Quase 1000 entradas pagas. Em geral a assistência acaba por ser de 300 a 400 pessoas. Mas teria tantas coisas a dizer nesses aspectos!!! Mas um ponto que está sempre presente, enquanto organizador, é um certo orgulho de ter feito tudo isto desta forma, com o reconhecimento que dai advém, mesmo contando com todas as dificuldades que encontramos. E ao nível de todos os amigos metidos nisto é uma experiência cada vez mais forte, com seriedade, discussões, delírios, disputas, e muitos sentimentos de amizade.


5 - Conta-nos uma peripécia rocambolesca que tenha surgido no decorrer de uma das vossas festas.

A mais "surrealista" foi no concerto dos The Opressed. Como já disse antes, havia lá quase 200 bascos e catalães que fizeram um ambiente inesquecível. Então, ao chegar à entrada da sala, os catalães, quase todos bêbados, estavam a entoar a canção do Barça, com cachecóis e bandeiras com as cores do clube, com potes de fumo e "mini-tifosi"; do outro lado estavam uns supporters do Athletic Bilbao, a cantar também, e tudo correu pelo melhor! Mas depois do concerto foi outra história: os catalães tinham alugado um autocarro para a viagem, e este só abria às 7H30 da manhã. O problema é que os catalães estão acostumados às festas até ao RAiAR do dia, e nós não temos autorização de ultrapassar as 4 da manhã. Quando viram que às 4 tudo estava acabado, começaram a sair da sala, com todo o restante público que tinha reservado camping, hotel ou que dormia em casa. Eles não tinham nenhum lugar previsto!!!! A decisão foi rápida: A sala abriu outra vez para acolhê-los (não queríamos que fossem para a aldeia fazer a revolução - risos) e ficámos lá até às 7H30. Parecia uma prisão de skinheads, um Guantanamo de detenção preventiva para gente bezana. Visão incrível!!!! Mais ou menos 100 pessoas estavam lá dentro, ao quente, tranquilas, a dormir, descansar, falar de música, etc...
6 - De que forma a tua faceta de DJ / Selecta de Reggae está associada aos empreendimentos da A.E.Z .?

Isso é outra história! Tive sempre a mania de querer animar através da música que gostava as noitadas que fazia com amigos. Mas o London'69 nasceu num contexto um pouco mau. Depois do concerto de 10 e 11 de Agosto de 2001, com os Trojans, Granadians (antigamente Psico Rude Boys), Fastidios e outros, acabámos com um grande furo financeiro. Eu era o presidente da AEZ nessa época, e tinha a máxima responsabilidade. A ideia do princípio era fazer dinheiro para, pouco a pouco, ganhar outra vez um saldo positivo. Passar música nos bares e festas dos arredores era uma maneira como outra qualquer, mesmo se não fosse o principal fundo para ganhar este dinheiro todo. Mas ajudou em vários lados: para o dinheiro, mas também para promoção da musica e dos movimentos em que estamos envolvidos. Evidentemente, não faço selekta fora dos meus gostos próprios: só faço early reggae, ska, rocksteady, e também um pouco de soul, funk e boogaloo, principalmente música negra americana dos anos 60, pois é a minha paixão. Os concertos de Punk, Oi! e HC são boas experiências para mim. Mas não compro nem escuto esses géneros. Agora, e desde o dia em que o saldo do AEZ se tornou positivo, o London'69 é entidade aparte e o dinheirinho vai para o meu bolso. Enquanto antes fazia os sounds com CD , agora tenho vindo a investir algum dinheiro no que se tornou numa colecção de vinil, que me segue nos eventos que animo. Ao mesmo tempo, animo um blog na Internet e uma web-rádio do mesmo nome. Estou a construir o site oficial que vai ter a mesma fórmula. Tive sempre a febre de querer partihar o que gosto com outra gente interessada.



7 - Por último, queres-nos dar umas luzes acerca das vossas / tuas actividades futuras, ou algo mais que queiras acrescentar à entrevista?

O futuro é pouco definido... Passados os 30 anos (nascemos todos entre 1974 e 1979), muitos fazem as vidas deles e torna-se mais complicado organizar concertos. Este ano eram previstos os Sham 69 em cabeça de cartaz, e os Pepper Pots estavam ok para vir tocar. Tínhamos os The Templars em discussão também... Mas vários elementos impediram-nos de organizar o evento, já que a Câmara não quer emprestar-nos a sala que foi renovada. A acrescentar a isso, diga-se que uma grande parte da Direcção da Câmara está contra nós. Por enquanto a AEZ mantém-se viva, mas temos que ter em conta um conjunto de aspectos para seguir em frente. É difícil acrescentar outras coisas já que estas perguntas eram muito boas e as respostas já um pouco compridas!!! Por outro lado, os acontecimentos foram tantos ao longo destes anos, que seria preciso um livro inteiro para contar todos os aspectos da vida duma pequena associação como AEZ...Por último, direi simplesmente que, mesmo que vários aspectos dificultem a organização de pequenos eventos em Portugal, é sempre bom tentar, pois são sempre boas experiências. Stay Ruuude! Obrigado a ti e longa vida ao zine! Um abraço!

Fonte: Arredores fanzine

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segunda-feira, fevereiro 12, 2007

The Who em Portugal

O veterano grupo rock inicia digressão europeia em Lisboa 16 de Maio

O veterano grupo britânico The Who, uma das refeerências nucleares do rock, estreia-se em palcos nacionais, três décadas depois da sua formação, a 16 de Maio, no Pavilhão Atlântico. O concerto em Lisboa será o primeiro da digressão europeia da banda de Roger Daltrey e Pete Townshend e serve de promoção ao último álbum do grupo, Endless Wire, lançado no final do ano passado.

A banda é conhecida, essencialmente, pelas óperas rock Tommy e Quadrophenia, mas no seu currúculo fazem parte inúmeras canções que atravessaram gerações. Na actualidade as canções Who Are You e Baba O'Riley servem de genérico às séries televisivas CSI.

Fundados nos anos 60, do grupo restam hoje o vocalista Roger Daltrey e o guitarrista Pete Townshend. O batarista keith Moon morreu em Setembro de 1978 e o baixista John Entwistle em Junjo de 2002. Ao longo da sua carreira, os The Who assinaram canções que se transformaram em clássicos, casos como My Generation, The Kids Are Alright, You Really Got me e I Ca´n't Explain, entre muitas outras.

Os concertos dos Who granjearam fama porque o grupo colocava o volume quase no máximo e, muitas vezes, terminavam as actuações com Townshend e Moon a destruir os respectivos instrumentos.

Os bilhetes para o concerto no Atlântico serão postos à venda no próximo dia 16, nos locais habituais.

Para veres mais videos dos The Who vai à coluna do lado direito deste blog e na zona de videos Mod / Power Pop encontras mais uma série de clips.

Fonte: Público

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quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Black Skins? - SIC Radical e a realidade

O título desta notícia puxa aqui para o blog a figura, controversa, cómica e rídicula, do 'Black Skin', que têm aparecido nos últimos meses na SIC Radical. Uma das personagens que aparece no programa cómico 'Vai tudo abaixo' é o 'Black Skin'. Esse personagem tem como objectivo ridicularizar o racismo extremista. Claro que a melhor maneira era colocar um preto a fazer de skin. A ideia, para fazer rir, não está má. Um indíviduo preto, trajado à skinhead, com um bastão, e um pequeno cão de nome 'Salazar', andam pelas ruas de Lisboa e arredores a ameçar estrangeiros, pretos, maricas, pessoas que vão às lojas comprar produtos não-nacionais, etc.

Ok, isto é mesmo para o gozo...é para rir e ponto final. Agora o que eu queria acrescentar é que quem se interessa minimamente pela cultura skinhead, pela música Oi!, ska e skinhead reggae, sabe que a existência de skinheads pretos, mulatos, morenos, amarelos, de todas as raças e regiões do mundo, é uma realidade. Desde o início, nos anos 60, que a existência de skinheads não-brancos e de diferentes backgrounds foi documentada. Para muita gente este tipo de videos da SIC radical ainda vem confundir mais as coisas. Assim para todos aqueles que de qualquer forma se identificam com esta cultura, este tipo de mensagem feita pela SIC Radical é sempre prejudicial. Pessoalmente não estou muito interessado que um canal feito por burgueses, para os meninos que pensam que ver a SIC radical é radical, ande a pôr as mãos numa cultura das ruas e da classe trabalhadora.

Actualmente a cultura skinhead espalhou-se por todo o mundo e com uma simples busca pela net pode-se encontrar skinheads e simpatizantes desta cultura em todos os continentes e regiões do mundo. Para se ser skinhead a cor da pele não interessa. Mesmo em Portugal a existência de skinheads não-brancos é uma realidade. Ainda me lembro aqui há uns anos de estar na loja de música Jukebox, perto de Santa Apolónia, e ver entrar um skinhead preto. Estive à conversa com ele. Era militar da marinha de guerra holandesa e o seu barco estava estacionado ali no porto de Lisboa. Tinha-se trajado a rigor e andava a passear por Lisboa. Já não me recordo bem mas parece que os pais dele eram do Hawai ou Jamaica. Disse-nos que na Holanda conhecia mais skinheads pretos, mas que ninguém ligava muito a isso, era simplesmente mais um 'one of the boys'. Houvia todo o género de música mas estava mais virado para o early reggae e ska tradicional.

Lembro-me também perfeitamente à coisa de mais de 10 anos atrás de uma rapariga negra que fazia parte do primeiro grupo de Sharp's portugueses. Recordo-me de a ver no concerto de Oi! Polloi na Juke Box, ali ao pé da Rua Das Pretas, a fazer a banca da Sharp e a vender material relacionado com a cultura skinhead e atrás de si um grande pano com o símbolo da Sharp-Portugal. Hoje em dia quem costuma ir a certos concertos e festas onde a presença de skinheads é regular pode ver que entre eles se encontram alguns skinheads negros e mulatos. Pareçe que para eles isso não é problema nenhum, é mesmo a coisa mais natural do mundo. Havia por ai uma banda à uns bons anitos, se não me engano de nome Oi!-Confusion que tinha um black skin. Podia continuar a relatar casos de Portugal...

Coloquei aqui dois videos relacionados com a cultura skinhead original (1969-70). Como podes ver a existência de skins brancos e pretos era uma realidade. A música escolhida era o skinhead reggae. Em seguida e para fechar esta 'notícia' coloco um video dos Pyramids ao vivo no Estádio de Wembley em 1970, durante um super-festival de Reggae. Como podem ver o vocalista que até se parece um pouco com o black skin da SIC Radical não está ali a fingir e a brincar aos racismos. Aquela era a realidade da juventude das classes trabalhadoras britânicas. Não era para dar show para a televisão. Já agora, para quem não sabe, os Pyramids não eram nem mais nem menos que os Symarip (Pyramids escrito ao contrário) que editaram o famoso Skinhead Moonstomp.

Para terminar que fique esclarecido que as pessoas que realizam este site condenam o racismo venha ele donde vier. Mesmo sendo o personagem, destes videos da SIC Radical, um individuo preto, a mensagem que passa é a condenação do racismo branco. Também ficaria bem condenar o racismo praticado por pretos. Ele também existe e por vezes é mais tolerado. Estamos contra essa atitude que hoje em dia se podia denominar de 'politicamente correcta'. A nós a cor da pele não interessa. Companheirismo, amizade, união, não têm cor. O que não quer dizer que tenhamos que aceitar e gostar de todas as culturas e tendências que existem no mundo. Pessoalmente existem certas culturas, modas e atitudes que não me dizem nada, me repugnam e merecem o meu total desacordo. Para alguns bem pensantes isto é um género de racismo cultural ou conservadorismo. Chamem-lhe o que quiserem. Simplesmente não tenho de gostar de tudo e de todos.

Fonte: Youtube / SIC Radical

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Festa Mod - Cabaret Maxime (Fotos)

Aqui ficam algumas fotos da festa Mod que se realizou no fim-de-semana passado, no Cabaret Maxime. Segundo 'reza' a história parece que este foi mais um grande festim. O ambiente, a música, tudo 100%. Como se pode ver pelas fotos o estilo esteve presente!












Fonte: Vespa Gang / Little Trouble Boy

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terça-feira, fevereiro 06, 2007

Northern soul - O que é?

Northern soul - O que é? Para quem ainda não sabe deixo aqui, em inglês, uma pequena história do que é o Northern Soul. Definição, história, artistas, discos e videos. Espero que apreciem. Se ainda não conheciam este estilo de música, aviso já que quando se começa a gostar torna-se um pouco viciante.


Northern Soul refers to music and associated dance styles and fashions that were popular in the dancehalls of northern England, starting in the late 1960s.
In the beginning, the dancing was athletic, featuring spins, flips, and drops. The music originally consisted of obscure American soul recordings with an uptempo beat, very similar to and including Motown Records and more obscure labels (e.g. Okeh Records). By 1970, British performers were recording numbers for this market, and the scarcity of soul records with the required rhythm led to the playing of stompers, which were records by any artist that featured the right beat. The phrase northern soul was coined by journalist Dave Godin after a visit to the Twisted Wheel Club sometime around 1970 for his column in Blues and Soul magazine.

História - A large proportion of northern soul's original audience came from the mod movement. Some mods started to embrace the freakbeat and psychedelic rock of the late 1960s, but other mods - especially those in northern England - stuck to the original mod soundtrack of soul and ska. Some transformed into what would eventually be known as skinheads, and others formed the basis of the northern soul scene. Early northern soul fashion included bowling shirts, button-down Ben Sherman shirts, blazers with centre vents and unusual numbers of buttons, Trickers brogue shoes, baggy trousers or shrink-to-fit Levi's jeans. Many dancers wore badges representing membership in clubs organised by dance halls.


The first club that effectively defined the northern soul sound was Manchester's Twisted Wheel Club. Other early clubs were the Golden Torch in Stoke, Room at the Top in Wigan, Wigan Casino, Blackpool Mecca, The Catacombs in Wolverhampton, North Park in Kettering, The Mojo in Sheffield, Cleethorpes Winter Gardens (still a Northern Soul venue today) and Va Va's in Bolton.

The music reached its peak of popularity in the mid to late 1970s, when Wigan Casino was voted the world's number one discotheque. Thousands of people visited every week, but the exclusive and underground appeal of the music was lost and many of the hardcore soul fans drifted away. The England soul scene became divided in the 1970s, with northern clubs like The California Ballroom staying true to their northern soul roots, and southeast England clubs featuring a more funky disco sound. In 1981, when Wigan Casino shut down, many believed the northern soul scene was about to end. However, the 1970s mod revival and the later scooterboy subculture produced a new wave of fans.

The 1980s — often dismissed as a low period for the northern soul scene by those who had left in the 1970s — featured almost 100 new venues in places as diverse as Bradford, London, Peterborough, Leighton Buzzard, Whitchurch, Coventry and Leicester. Pre-eminent among the 1980s venues were Stafford's Top of the World and London's 100 Club. Top of the World drew small crowds by Wigan Casino standards, and it eschewed the pop northern soul which had been adopted in the latter days of Wigan Casino. Previously, most of the records played at northern soul clubs had been fast stompers, but 1980s northern soul DJs started to also play mid-tempo tunes, slower ballads and modern soul.

Artistas e Discos - Northern soul is among the most expensive of musical genres to collect. Hundreds of 7" vinyl discs have broken the £1,000 (c.$2,000) barrier. Frank Wilson's "Do I Love You" sold several years ago for £15,000 (c.$30,000) (as cited on Ian Levine's The Strange World of Northern Soul DVD set). The value of many discs has appreciated due to rarity, quality of the beat, melody and lyrics (often expressing heartache, pain or joy related to romantic love). In later years, many Northern Soul fans went on to expand their collections and accommodated the richer and more complex modern soul sound in the early 1970s and beyond (tracks such as Garfield Fleming's "Don't Send Me Away" exemplify this).

Many northern soul artists attempted stardom without all of the necessary ingredients in place. Low-budget independent labels couldn't deliver the necessary promotion and radio play. Many artists had to go back to their day jobs, thinking themselves failures, with their records sinking into obscurity, until they were revived in the Northern Soul circuit. Songs by the Fascinations and the Velvelettes that were released in the 1960s became top 40 UK hits in 1970. The Fascinations made #30 with "Girls Are Out to Get you" and the Velvelettes made #35 with "These Things Will Keep Me Loving You."

Some acts have been over to England to perform their golden oldies at all-nighters, often many years after the original releases. In the 21st century, rare 1960s soul sounds are still being discovered by fans, and Northern Soul is still going strong around the world.

Fonte: Wikipedia / Youtube

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domingo, fevereiro 04, 2007

Bota Gasta - Brasil Oi!

Os Bota Gasta são uma banda brasileira praticante de um Oi! tradicional. Os seus membros já tinham passado por bandas como: Nocaute, Conexão Suburbana, Reação Proletária e Puro Impacto. Já gravaram um CD de seis temas intitulado 'Espírito do Oi!', um outro CD com 9 músicas ao vivo (ensaio) e editarão brevemente mais um CD com 12 temas. Em seguida deixo um video, com respectiva letra, ao vivo do tema 'Cidadão'.

Sábado a noite, saindo pro rolê
Botas e suspensórios, sempre estão com você
Engraxo minha bota, e boto pra quebrar
Esse sistema maldito que só quer me explorar

Sou brasileiro guerreiro lutando contra a exploração
Sou mais um suburbano que não vive de ilusão
Acabando com as injustiças que sofre um cidadão
Oi!

Sábado a noite, saindo pro rolê
Botas e suspensórios, sempre estão com você
Engraxo minha bota, e boto pra quebrar
Esse sistema maldito que só quer me explorar

Sou brasileiro guerreiro lutando contra a exploração
Sou mais um suburbano que não vive de ilusão
Acabando com as injustiças que sofre um cidadão
Oi!

Sou brasileiro guerreiro lutando contra a exploração
Sou mais um suburbano que não vive de ilusão
Acabando com as injustiças que sofre um cidadão
Oi!

Para mais informação dá um salto ao myspace e website dos Bota Gasta.

Bota Gasta - Myspace
Bota Gasta - Website

Fonte: Bota Gasta / Youtube

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Botas y Tirantes - Livro (Uma historia dos Decibelios)

Botas e Tirantes: Uma historia dos Decibelios por Carles Viñas

Botas y Tirantes é o resultado de uma completa investigação elaborada pelo autor com o intuito de aproximar o leitor ao fenómeno musical em grande escala que foi o grupo catalão Decibelios em mediados dos anos oitenta e, por extensão, a explosão que o culto skinhead viveu nesses mesmos anos na cidade de Barcelona. No livro os protagonistas reflexionam as contradições, erros e acertos que marcaram a vida ‘azarosa’ deste grupo. Com esse objectivo em mente, o autor trabalhou sistematicamente com rigor e seriedade, sem deixar de lado a paixão de fan, para oferecer todas as chaves que permitem entender a importância que este grupo teve, as condições reais que levaram ao seu nascimento e como desde então se desenvolveu a sua história. O resultado é um livro carregado de valiosíssimo material documental, tanto gráfico como escrito, que convertem esta obra numa referência completíssima e de estudo obrigatório para a compreensão dos Decibelios e da história do Oi! no estado espanhol.

Carles Viñas recorreu às melhores fontes, as orais. Assim por estas páginas desfilam recordações e anedotas contadas por pessoas que viveram desde os primeiros dias o trajecto da banda Decibelios e o ambiente que os rodeava. Histórias dos primeiros punks e skinheads de Barcelona, os seus primeiros concertos, os dias do jovem punk Fray, as primeiras cenas de pancadaria, bebedeiras, o êxito, a política e, sobre tudo, as botas e suspensórios.

Larga vida ao Oi! e aos seus reis catalãos!

Sobre o autor: Carles Viñas (Barcelona, 1972) é doutorado em História Contemporânea pela Universidade de Barcelona,. Actualmente é ‘becario’ na Fundação Jaume Bofill. Já publicou vários livros; “Música i skinheads a Catalunya” (2001), “Skinheads a Catalunya” (Columna, 2004), “El Mundo Ultra” (Temas de Hoy, 2005), “Tolerancia zero. La violencia en el futbol” (Angle, 2006) y “Rock per la independencia” (Columna, 2006). Além disso é vocalista da banda catalã Opcio K-95.

Decibelios - Botas y Tirantes (Música que dá título ao livro)

Se quiseres ouvir mais mp3 dos Decibelios ou recolher mais informação acerca da banda, vai à coluna de links e mp3 (lado direito do blog)

Para adquirires o livro segue este link: Runnin Riot

Fonte: Runnin Riot

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Shaved Dogs "Feos y Malvados" - 10"


Shaved Dogs "Feos y Malvados" - 10" (Camden Town / Bords de Seine)

Finalmente vamos poder ouvir o muito aguardado disco de estreia dos Shaved Dogs (Banda Oi! Valenciana). Esta banda é vista por muitos como uma das melhores, senão mesmo a melhor, bandas do momento, em Espanha. O 10" é composto por sete canções. Vais poder ouvir grandes temas como: ‘Viernes Noche’ e ‘Solo Queda Recordar’, além da já famosa cover dos franceses Evilskins, ‘Feos y Malvados’. Para adquirires este disco entra em contacto com a Camden Town Records ou Bord de Seine (Podes encontrar ambos os links na coluna da direita deste blog). O preço são 10 €.

Fonte: Jacques De Molay

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sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Nº.1 Cut – Special Brew - 'Hino' do Cropnº1

Como se costuma dizer, é a caminhar que se conhece o caminho. Pode-se falar muito do caminho, ler sobre ele, mas se não nos fazemos 'à estrada' o nosso conhecimento será apenas teórico. Todo este 'paleio' para quê? Para dizer que cheguei à conclusão que o melhor é não ter nenhuma música na abertura do site. Razões para isso: O site fica mais 'leve' a abrir se não tiver música nenguma; As pessoas que vêm ao site não são obrigadas a ouvir música. Por exemplo quem está no trabalho ou num sitio calmo e ao abrir o site lhe salta uma música tem tendência a fechar logo o site.
Assim acabei por tirar a música de fundo. Quem quiser ouvir som vai à coluna do lado direito e na zona de rádios escolhe a rádio que quer ouvir. Como podem ver já lá coloquei uma rádio do blog.

Abaixo está o texto que tinha escrito à uns dias atrás:

Como puderam ler no último mail enviado por nós, uma das novidades foi a criação de uma rádio do blog. Como nos apercebemos que não deveriamos estar a ‘obrigar’ os leitores a terem de ouvir a mesma rádio ‘criamos’ (música dos Special Brew) um género de hino do blog que poderás ouvir sempre que abrires a página. Será a única música a tocar quando estiveres a ler o blog. A letra da música, abaixo colocada, representa parte do esírito das pessoas que fazem e contribuem para este site. Se não quiseres ouvir o tema, vais à coluna do lado direito, onde está a rádio (TuneFedd.com) e fazes pause da música (carregar duas fezes no pause).

A Cropnº1 Radio que já existia, vai continuar a existir mas como link, na coluna do lado direito, na zona das rádios online. Com o tempo esperamos poder criar várias Cropnº1 Radios para vários tipos de som (Ska, Power Pop, Hardcore, etc). Assim sempre que quiseres ouvir rádio com um determinado tipo de som é só acederes ao blog e na zona das rádios escolhes o tipo de som que pretendes ouvir. Por enquanto podes escutar a Oi! Streetpunk Cropnº1 Radio

Nº.1 CutSpecial Brew

Walking Down the street with my loafers on my feet,
saying hello to everyone I meet, haging around town,
listening to the beat acting the fool
and skankin up my feet.

I am a Rude Boy and Rude I’ll always be,
I’ll always be a Rude Boy just wait and see
A Nº.1 Cut is how it’s meant to be,
It’s a Rude Boy image for all the world to see,
It’s a Nº.1 Cut
It’s a Nº.1 Cut

You may think we’re mad but we don’t realy care,
keep your stupid fads ‘cos ska is in the air,
Doctor Marten boots and Fred Perry shirts
Sta Press pants and Londsdale Shirts.
Loafers and white socks on the dance floor
Everbody skankin and shouting more more more,
we like playing ska and we’re skankinn it
for you, we’ll keep the beat and we’ll skank
with ya too.

Recorded at: The Witzend Studios – Autrália – 1992

Special Brew, banda Australiana formada em 1987. Deixaram de tocar em meados dos anos 90, mas parece que se reformaram em 2000.

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