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segunda-feira, fevereiro 27, 2006

The Ratazanas - Early Skinhead Reggae nacional


Ora aqui está uma boa notícia. Já temos uma banda de Early Skinhead Reggae em Portugal. Dão pelo nome de The Ratazanas.

Nos últimos dois anos a cena ska portuguesa deu um grande salto. Apereceram novas bandas (Contratempos, Three And Quarter, Humble, Banshee, Skareta, Skalibans...), páginas web (Movimento Ska...), Concertos (Festival Ska de Cá, The Skatalites, The Slackers, The Toasters, dezenas de concertos de bandas nacionais), muitas festas ska e skinhead reggae (Tributo a Laurel Aitken...), programas de rádio (Radio Jamaica...), várias edições em CD, o aparecimento de uma loja, no Bairro Alto, dedicada ao estilo, o aparecimento e crescimento das secções de ska e reggae nas lojas e distribuidoras de música...etc.


Do Ska tradicional, passando pelo Ska com influências da britânica Two Tone ao Ska Core, de tudo um pouco já vai havendo em Portugal. Realmente só faltava uma banda de Early Reggae.

Para os menos informados Early Reggae ou Skinhead Reggae quer dizer, em poucas palavras, o Reggae que se fazia originalmente (fins dos anos 60's, início dos 70, do século passado) na Jamaica e em Inglaterra. Artistas como Desmond Dekker, Jimmy Clif, Laurel Aitken, Symarip, Prince Buster, estão entre os mais famosos artistas de Skinhead Reggae. Até mesmo Bob Marley (Hooligans) praticou este estilo musical antes de se tornar o Guru da cena Reggae jamaicana com influências rastafarianas.

Early porque era mesmo o origianal. Apareceu como evolução do Ska e Rock Steady. O ritmo é mais lento do que o ska. Tem a particularidade de dar destaque ao orgão e às vozes soul. As letras estão dedicadas aos problemas do dia a dia, temas de amor-romance, problemas sociais, etc. O rastafarianismo e as drogas tinham pouca ou nenhuma relevância nessa altura.

Skinhead Reggae porque em Inglaterra quem mais comprava e apoiava este género de música e artistas eram os Skinheads. As letras eram apreciadas pela juventude inglesa e jamaicana, provenientes principalmente das classes operárias e médias baixas e faziam as delícias dos Skinheads e Rude Boys. Artistas como Desmond Dekker enchiam o estádio de Wembley, onde hordas de skinheads bailavam ao som de hits como 'Shanty Town' e 'Isrealites'. O afastamento de muitos skins, não todos, da cena reggae deu-se quando este estilo musical se afastou das origens e entrou no campo do rastafarianismo. Músicas religiosas, orgulho negro, regresso a África, babilónia, cultura das drogas, rastas em vez de cabelo curto, etc, não agradavam a maioria dos jovens que tinham dado força ao Reggae em Inglaterra.

De qualquer forma dezenas de artistas jamaicanos e ingleses (Judge Dread - Rude Reggae) mantiveram hasteada a bandeira do Skinhead e Early Reggae. O aparecimento do Ska made in England (Two Tone), e a sua expansão para todo o mundo e o aparecimento de centenas de bandas de Ska tradicional, Ska two tone e Skinhead Reggae veio colocar mais uma vez definitivamente estes sons no centro do movimento Skinhead.

Convém saber que uma banda de Skinhead Reaage não tem de ser composta por skins. Algumas destas bandas eram compostas por skins outras não. O que interessa é a música, as letras e o ritmo/som típico.

Deixo aqui o que banda escreveu no seu site: 'Somos uma banda de early reggae portuguesa, provavelmente a primeira banda a tocar este estilo de música por cá! Early Reggae foi o primeiro tipo de reggae existente, nos finais dos anos 60. Tal como a maioria das bandas Jamaicanas daquele tempo, incorporamos música negra americana no nosso som como o soul, funk, r&b e o rock'n'roll. Os membros da banda vêm da região de Lisboa e tocam em bandas como Contratempos, Ummadjam, Soul Caravan, e Não Mata Mas Mói.
As nossas principais influências vão de bandas dos anos 60 como
Toots & The Maytals, The Uppsetters, Lloyd Charmers & The Hippy Boys ou Dave Barker & Ansel Collins, e acabam com mais recentes The Aggrolites e Los Granadians. O nosso reggae pode ser tão sujo como um esgoto, mas esperamos não cheirar assim tão mal!'

Para os apreciadores deste som fica aqui o anúncio do primeiro concerto dos The Ratazanas: E eis que chega o nosso primeiro concerto de longa duração! Dia 3 de Março vamos estar no Clube Mercado (Rua das Taipas nº 8, ao lado do Elevador da Glória) às 23h. A entrada é a 5€. Esperamos ver-vos lá!

Fica aqui também a publicidade à sua primeira gravação: 'Gravámos finalmente a nossa modesta demo caseira, com 3 músicas originais e uma versão skinhead reggae de uma música do Vic Ruggiero chamada "Until the Early Morning". Podem ouvi-las no nosso mp3 player no topo da página ou fazer download das músicas na secção de música.'

Para os mais curisos aqui ficam os temas dos The Ratazanas. O meu preferido é o segundo 'Los Charolastras'

1. The Truth About Johnny C

2. Los Charolastras

3. King Kong

4. Until the Early Morning (versão skinhead reggae de uma música do Vic Ruggiero)

Fontes: The Ratazanas / Movimento Ska.

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quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Reviews - Hepcat, Komintern Sect e Banlieue Rouge

Hepcat - ‘Push N’ Shove’


O que este último trabalho dos Hepcat nos traz é ritmo q.b. para dançar à moda do ska tradicional. Muitas canções de amor e a sensualidade própria dos sons tropicais fazem deste álbum uma novidade que depressa se tornará num clássico de ska e rocksteady. A recriação que os Hepcat fazem do ska e do reggae tradicionais resulta muito eficaz. Destacam-se, além dos temas instrumentais, a faixa “Prison of Love”, com uma cantora convidada cuja voz dá vida a este hino ao amor; “Tek Dat”, um dos temas mais dançáveis, e “Comin’ on Strong”, com uma voz a fazer lembrar aos incrédulos o quanto o ska tem a ver com soul. Isto sim é que é um disco à maneira. Há uma grande falta de discos deste género, nos dias de hoje. No entanto, não serve para quem tem os pés pesados. É hora de levantar do sofá e pegar na miúda para dançar!

Komintern Sect - ‘Pourquoi tant d’amour?’

Vale bem a pena ter este trabalho na vossa discografia. São 25 poderosas músicas desta banda, infelizmente já extinta. Sinto que este tipo de bandas francesas antigas não têm a divulgação que merecem, mesmo no circuito underground. Por isso, não poderíamos deixar de divulgar este disco que percorre quase toda a carreira dos Komintern. Com muitas músicas para cantar com a malta, destacam-se: “Plus fort que tout”, um hino à amizade; “Dans les tribunes”, para os amantes de futebol, “Les Autres”, contra a hipocrisia, ou temas mais políticos como “Barcelone 1936” ou “Ulster”. Essencial para quem gosta e para quem quer ficar a conhecer.

Banlieue Rouge - ‘Sous Un Ciel Écarlate’

Um sentimento algo saudosista percorre a minha mente ao ouvir este último álbum dos já extintos Banlieue Rouge, grupo canadiano, mais precisamente do Quebéc, responsável por alguns temas essenciais para a cultura Oi! da década de 90. Neste disco, os Banlieue Rouge exploram ao extremo o ambiente negro que já era frequente nos registos anteriores. Reflectem sobre a morte, o fim, o Inferno (talvez num prenúncio do final da banda), a guerra, a raiva, a loucura e outros assuntos que, parecendo ter, aparentemente, muito pouco a ver com o ambiente de rua tão fomentado pela cultura careca, têm tudo que ver com a essência de todos nós. Quem ainda não os ouviu, não se assuste. Todo o ambiente negro criado neste trabalho é transmitido com bastante garra e pretende, não deixar-nos levar pela impossibilidade de controlar o nosso futuro, mas antes revoltarmo-nos ou, pelo menos, dar-nos força para querer agir. Ouçam, por exemplo, a faixa que dá título ao álbum e percebam vocês mesmos. Para os felizardos que conhecem minimamente a língua francesa, este disco pode funcionar como um autêntico manual de compreensão do mundo que nos rodeia. É difícil tentar recomendar apenas algumas músicas, mas aqui vai uma tentativa. Ouçam então: “Aux portes de l’enfer”, em que a voz poderosa de Safwan entra como uma faca nos nossos ouvidos; “Sans reddition”, sobre a indústria musical e os que conseguem recusar fazer parte das convenções do mercado e “Dernier sourire”, um apelo à acção, a não nos deixarmos levar pelas desilusões e seguir em frente com a vida. Se tiverem a oportunidade, ouçam o primeiro álbum, com o título sugestivo de En attendant demain (uma imagem bem mais positiva do que a deste último álbum) e descubram as diferenças.

Fonte:Ricci

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Londres 2002- Desmond Dekker, The Vibrators & outros...

Esta review-artigo já tem uns anitos, mas não deixa de ser interessante. A ambiência de Londres, os seus concertos, as lojas, os mercados, punks, skins, mods, os pubs…são sempre coisas que qualquer um de nós espera encontrar na capital Inglesa.

Passado um ano após a minha primeira visita a Londres, aquando do Festival Hollidays in the Smoke, voltei para mais uma vez ver ao vivo lendas vivas do ska e do punk-rock . A acompanhar-me foi o Rui, que já algumas semanas antes tinha ido comigo a Vigo ver Oxymoron, The Belltones e Pistol Grip!!

Partimos de Lisboa uma quinta-feira, dia 31/11/2002. O avião devia partir às 08h45, mas o sistema do aeroporto foi abaixo e houve um atraso de 2 horas mais ou menos... só não ficámos uma eternidade na fila para o check-in porque entretanto vi uma amiga minha que trabalha na TAP e nos despachou a mala. Sabem como é que é, os VIPS têm sempre estes conhecimentos... eheh! Chegámos a Londres já depois da hora do almoço, onde estavam à espera a minha namorada e uma amiga do Rui (gostas pouco gostas...), entretanto eu e o Rui ficámos sem contacto até sábado... eheh...

Carnaby Street - Londres

Na sexta fui até Carnaby Street começar a desgraça nas lojas clássicas (Cherry, Merc, Lonsdale, etc). Já ao final do dia, um cota veio ter comigo e a Teresa, perguntando se queríamos entrar num filme! O cromo estava a preparar um filme chamado “Football Factory” e precisava de pessoal skinhead, rude boy e afins para participar na filmagens... tudo à pala da minha camisola da Trojan (até o gajo da Merc perguntou onde é que comprei a camisola). Entretanto disse para aparecermos no concerto que estava a organizar no dia seguinte, quando perguntámos o que era nem queríamos acreditar... o gajo estava a organizar o concerto de Desmond Dekker and the Aces! Ainda lhe cravei uns bilhetes mas o cabrão não nos deu nada (deu-nos o poster e já gozámos), mas comprámos logo os bilhetes para nós e o Rui e ficámos a saber onde era a sala.

Carnaby Street (Anos 60)

Sábado de manhã lá conseguimos falar com o Rui e a Rita e fomos todos ao mercado de Portobello Road, onde continuámos o descalabro financeiro, desta vez com algum vinil e com uns sapatinhos Doc Marteens novos para o Rui. Depois... fomos para o Pub, claro! Guiness e mais 10 pontos carecas...

Laurel Aitken ao vivo no Club Ska - Londres

Chegou então a grande noite de 02 de Novembro de 2002, o concerto de Desmond Dekker! O sítio do concerto era um bocado longe, a norte de Londres, no The Rayners em Rayners Lane (Harrow). Quando chegámos ao sítio do concerto ficámos à toa porque não vimos logo a sala do concerto mas sim um género de Pub onde já estavam alguns grupos de carecas. Afinal a entrada era do outro lado do edifício e à porta lá estava o cromo do filme que nos reconheceu de imediato. Entrámos e ficámos abismados, um salão com decoração mesmo à antiga com umas mesas no final do salão e um toaster a meter som... parecia que estávamos numa festa ska em plenos anos 60! Por cima do palco uma grande faixa do Club Ska (que organizou o concerto).

Desmond Dekker - Ao vivo no Club Ska - 2002

A assistência, apenas entre 150 a 200 pessoas, era composta maioritariamente por skinheads com idades para cima dos 30 e 40 anos, alguns cotas mais casuals e um ou outro rude boy. Éramos quase de certeza as pessoas mais novas no concerto! Entretanto (e após algumas idas ao bar) o bacano que estava a organizar o concerto foi ao palco para fazer uma breve introdução e apresentação do Desmond Dekker, aproveitando para apresentar o grupo de portugueses que estava presente! Somos os maiores... Lá subiram então ao palco Desmond Decker and the Aces, proporcionando uma noite cheia de Ska, Rocksteady e Reggae! Foram tocadas pérolas como 007, Ah it Mek, Sabotage, You’ve got your troubles, Unity, etc... Houve tempo para tudo, até para uma versão super acelarada de King of the Ska! Para o encore ficaram mais 2 clássicos: You can get it if you really want (a música oferecida por Jimmy Cliff quando este se dedicou ao Soul) e Israelites.

Público do concerto Desmond Dekker

O som estava excelente e Desmond Dekker foi acompanhado por uns The Aces bastante competentes compostos por um gutarrista, um baterista, um baixista, um teclas, um percussionista e um gajo que não percebi muito bem o que é que estava lá a fazer ( de vez em quando cantava umas merdas ou puxava pelo público). A voz de Desmond continua um must, fazendo por diversas vezes solos com a voz, principalmente em falsete, que o caracteriza. Foi uma hora e tal de suor e dança entre tatuagens do West Ham Utd...

Desmond Dekker - Ao vivo no Club Ska - 2002

No dia seguinte o Rui regressou a Portugal, mas eu ainda iria ficar mais uma semana.
Na segunda-feira fui ter com o Pedro a Camnden Town, ao Elephant, o pub onde pára a mitra toda... juntou-se uma turma engraçada, incluindo o Biff de Varukers, pessoal de Sick on the Bus, o Vitor de Parkinsons, etc... Após alguns litros de Guiness e de combinarmos a tour de Varukers e Albert Fish em Portugal lá voltei para casa já a altas horas. Não me lembro muito bem como é que consegui encontrar o caminho de volta, mas lá cheguei inteiro!

Na quarta fomos até ao Mean Fiddler W1, onde vimos um concerto com 4 bandas Hardcore, em que os cabeça de cartaz eram os Strung Out que estavam na sua tour de apresentação do novo álbum: An American Paradox. Engraçado foi ver o Big Jay dos Bastards a distrubuir autocolantes de Lars Frederiksen and The Bastards...

No dia seguinte estava com uma dor de cabeça do caraças, por isso não fui ver o concerto dos The Restarts.
Chegou sexta-feira, dia 08 e dia de mais um grande concerto, desta vez os The Vibrators! Mais uma vez uma aventura para encontrar a sala que mais uma vez era nas traseiras de um Pub. A sala era a Wolfie’s Jukebox em Castle, relativamente pequena e com slides dos The Clash e dos Pistols na parede. Antes de Vibrators tocaram duas bandas, uma um bocado má que me fazia lembrar grunge e outra bué boa que era uma mistura de New York Dolls com Placebo! O público era na sua grande parte punks quarentões que pararam no tempo, mais propriamente em 77, o que os torna uma beca ridículos porque o cabedal já não combina muito com o tamanho actual das barrigas... enfim. Encontrámos também uma rapariga de Portugal e uns brasileiros que estavam com ela. O concerto de Vibrators foi excelente começando com Auto Fading e avançando para Kid, Slave, Tired, Troops of Tomorrow (tema imortalizado pelos Exploited), o grande hino Baby Baby, Sex Kick, Disco, Judy, etc... no encore trouxeram-nos Yeah Yeah Yeah acabando em beleza! No final veio falar comigo um skinhead polaco que já me tinha visto no Metro... gajo à maneira (claro que isto não vos interessa nada, mas lembrei-me).

Punk a fazer publicidade a botas em Camden Town

No dia seguinte havia concerto de Eddie and the Hot Rods, mas infelismente não tive oportunidade de ir ver o circo....Apanhei o avião de regresso na manhã de domingo, dia 10. O avião partia bastante cedo, por isso tive que apanhar um táxi para chegar a horas do check-in. Quando cheguei ao balcão dizem-me que o meu bilhete foi cancelado! Lá tive que explicar que no dia do meu voo o sistema berrou, mas que confirmei o voo quando cheguei a Londres. Nada de mais e um regresso calmo até Portugal onde cheguei ainda de manhã...

Cheers!

Fonte:Leitor do Cropnº1

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quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Runnin Hooli Fest 06 - Barcelona - Cartaz

Festival Oi! / Street Punk em Barcelona

(18 de Março - 2006 - Barcelona)

Para todos aqueles que têm algum dinheiro, tempo dísponivel, vontade de visitar uma das melhores cidades do mundo no que respeita a movimento skinhead (muitas lojas de música e roupa direcionadas para a cena skin), e gostavam de ver uma banda mítica do Street Punk / Oi! 'The Crack', e outras grandes bandas de Oi! da actualidade (Argy Bargy, Loikaemie e Malas Cartas), aqui fica o cartaz desse espectáculo e o mapa com a localização da sala. Para mais informações (preços, postos de venda, datas, horas, Mp3 das bandas, hóteis, viagens baratas de avião, etc) entra no site da RUNNIN HOOLI FEST 06.

Para os interessados aqui ficam dois Mp3 dos cabeça de cartaz do Runnin Hooli Fest 06.

Fonte:Runnin Riot Mailorder

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Vespa - História

HISTÓRIA DA VESPA

Como todos sabem a Segunda Guerra Mundial arrasou economicamente toda a Europa, incluindo a Itália. Neste país, a seguir à guerra, todas as fábricas ficaram de tal maneira destruídas que não havia trabalho para ninguém. O dinheiro não chegava para reconstruir tudo outra vez e para pagar salários. Reinava uma grande confusão. Era necessário fazer-se alguma coisa, mas ninguém sabia o quê. Era preciso ideias novas.Foi nessa altura que Enrico Piaggio se destacou. Depois da morte do seu pai em 1938, Enrico Piaggio havia herdado duas fábricas em Toscany, e nunca soubera o que fazer com elas. Passaram-se sete anos, e este apercebeu-se que era altura de fazer algo. As fábricas não se apresentavam nas melhores condições, mas mesmo assim não requeriam gastos elevados para as pôr a funcionar.
Enrico Piaggio tinha as fábricas, mão de obra não faltava, mas surgia uma grande questão: “O que é que vamos fabricar”. Tinha de ser um produto que servisse as necessidades do pós-guerra, para que fosse aceite no mercado. Um produto com um preço razoável. Um produto que pudesse ser feito a partir de materiais e equipamentos que já estivessem disponíveis nas fábricas. Assim, Enrico Piaggio, discutiu as suas intenções com Corradino D’Ascanio, um grande engenheiro em quem Piaggio depositava uma grande confiança.
O conceito de veículo que Piaggio descreveu a D’Ascanio era muito específico: Uma mulher tinha que sentir-se tão confortável quanto um homem a conduzir. Tinha de garantir a protecção ao condutor. Teria de evitar salpicos e manchas de água. Tinha de ter uma roda suplente. Ao mesmo tempo teria de ser leve, fácil de manejar e conduzir. Não podia ser cara nem na compra nem na manutenção, visto dirigir-se às classes mais baixas e com menos recursos económicos. Assim se criou a Vespa.
O primeiro protótipo foi construído a partir de material disponível naquele momento. Esta primeira “mota” foi alcunhada de Paperino (nome italiano para Pato Donald).
Piaggio ficou bastante satisfeito com o protótipo, e deu autorização para que as fábricas começassem a produzir em série.
No fim de 1945, tudo estava pronto para a apresentação da nova scooter de Piaggio. O modelo V.98 começou a ser produzido em Abril de 1946. A nova scooter foi um sucesso incrível em Itália. Piaggio tinha conseguido juntar todas as necessidades de transporte, das classes mais baixas, num só veículo
A Vespa foi descrita nos media como “um pequeno carro de duas rodas”, não na capacidade. Mas na flexibilidade de uso que oferecia aos seus utentes.
Nos dois primeiros anos de produção, mais de 50 mil Vespas foram fabricadas. O fenómeno Vespa tinha começado!

Em 1948, fez-se a primeira 125, com mais força e menos aperfeiçoamento (na suspensão, por exemplo). Foi um dos grandes passos dados, numa extensiva maré de sucessos, que veria nascer Vespas com diferentes características. Assim apareceu a potente Ramy Zoo, a Gentil 50 para os jovens, que se tornou uma linha clássica dos anos 70. Foram ainda criadas a sempre popular 45, a distinta Vespa militar, a três rodas APE e a quatro rodas Vespa 400.

SCOOTER STYLE

Tatuagem da Scooter Girl

“Da mesma maneira que não existem duas pessoas iguais, não existem duas vespas iguais. Podem ser do mesmo ano e do mesmo modelo, mas aos olhos de quem as tem, existe sempre uma diferença.
São estas características que fazem com que as vespas não sejam uma scooter qualquer, mas sim um estilo de vida!!”

Fonte: Vespa Girl . Todas as fotos, execepto a da scooter com a mulher de mini-saia, são da autoria da Scooter Girl. A foto da tatuagem no pescoço é da autora deste artigo. As fotografias são todas de encontros vespistas, onde a Scooter Girl participou, do final dos anos 90.

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terça-feira, fevereiro 14, 2006

MOLODOI - História

Depois do fim dos Bérurier Noir em 1989, François, um dos dois membros do núcleo duro desta banda, pensava, à altura, afastar-se da cena rock. No entanto, o encontro com Nanouuche e Spirou, dois irmãos provenientes de Dijon, fá-lo mudar de ideias... Nasce assim Molodoi em 1990. O nome do grupo reporta-nos às ambiências do filme de Stanley Kubrick ‘A Clockwork Orange’ e, na linguagem desta película, significa ‘Juventude’.

A este trio-base de voz-guitarra-baixo, vem juntar-se Pascal Kung-Fu, saxofonista, velho conhecido de François e ex-Tolbiac´s Toads, que participa em 3 temas do primeiro álbum ‘Irrécupérables’. A caixa de ritmos é cedo substituída por um baterista real, também ele originário da Bourgogne, Nino, representando a saída do mini-LP ‘En Avant !’ não só o segundo trabalho da banda, mas também o reunir do line-up que daria forma aos Molodoi nos anos que se seguiriam:

François -voz
Spirou -guitarra
Nanouche -baixo
Pascal Kung-Fu -saxofone
Nino -bateria

Ao mesmo tempo, François cria a distribuidora Division Nada, no seio da célebre New Rose, na qual agrupa diversos grupos Punk e Ska franceses e estrangeiros e que lançará, entre outros, a compilação ‘Oi! ‘N’ Ska Christmas Party’.

Em 1991, o terceiro álbum da banda consagra definitivamente a banda no panorama Oi! Francês; ‘Dragon Libre’ confirma o potencial da banda através de temas que são autênticos hinos à juventude e às temáticas queridas a François, religiosas e políticas. As tournés que se seguem ao lançamento deste disco são um sucesso imenso e confirmam a banda como o porta estandarte da juventude rebelde e consciente francesa.
O período que se segue após o lançamento de ‘Dragon Libre’, marca também a saída da casa New Rose, que, cada vez mais, se afastava do modelo de editora independente, mas não conseguindo, no entanto, oferecer as regalias e vantagens de uma grande distribuidora; Molodoi passa, então, a integrar o grupo Sony, através da sua subsidiária In Fact!.

Esta mudança ir-se-á traduzir numa promoção mais efectiva e menos underground do seu novo trabalho, intitulado ‘Royaume de Jeunesse’; desta forma, o single ‘La Boxe de l’Ombre’ passa frequentemente nas rádios do hexágono, o primeiro mega-sucesso do grupo, um tema bem elaborado, mas que fugia ao punk enérgico que caracteriza o grupo.

Logo de seguida os Molodoi oferecem-nos uma amostra do poder da banda ao vivo, o registo de um espectáculo na sala Florida, em Agen e publicado sob o título ‘On Est Là!’, tema que simboliza o espírito de comunhão e de união da banda com o seu público. Mais do que um best-of ao vivo, a banda imortaliza a sua história e sua postura numa grande festa, sentimento comum às suas actuações ao vivo.
Entretanto, Nino abandona o grupo, sendo substituído por Vincent ‘Fin de Siécle’; este último tem uma passagem meteórica pela banda, vindo a ser, também, substituído por Fred, que será o baterista dos Molodoi até ao final da banda.

O último álbum de originais da banda, ‘Tango Massaï’ é lançado durante o ano de 1996; merecedor de uma produção ao cuidado de David Ruffy (ex-Ruts) e de Seamus (Madness), é o trabalho mais elaborado do grupo, mantendo, no entanto, intacto o espírito e filosofia que identificam o nome Molodoi. Um video-clip do single ‘Ame Errante’, realizado por Jean-Michel Bensoussan tem destaque na programação musical dos canais TV Franceses. Pouco tempo depois, em finais de 1996, a banda separa-se, por motivos diversos, reaparecendo em 1999 para lançar o álbum póstumo ‘Rebelle Anonyme’, que reúne alguns temas inéditos e outros que se tornaram mais difíceis de encontrar.

Resta apenas o nosso obrigado à banda que reacendeu a chama da energia combativa, da insubmissão, da revolta, caminhando nos trilhos de bandas como Sham 69, Cocney REejects, Blitz, na tradição Britânica, ou os Franceses La Souris Deglinguée, R.A.S. ou Tolbiac’s Toads.

É certo que muito ficou por ser dito, tanto na análise da banda, como entidade criadora de um pensamento orgânico próprio, bem como no dissecar de suas obras. Mas, apresentados os Molodoi, deixamos esse trabalho aos leitores do Crop nº1...

Vent D'Est (Vent Divin) in Dragon Libre'

La liberté n’se monnaie pas
Elle se prend les armes à la main
Les peuples n’ont plus peur de ça
Rien n’arrêtera ce Vent Divin !
Est ! Ouest !
Dans les coins les plus reculés
Le parti unique peut trembler
Les dictateurs patentés
Savent que leurs jours sont comptés
Est ! Ouest !
Lasse toi aller à ce vent fou
Qui soufflera bientôt partout
Al’Est, à l’Ouest, au Nord, au Sud
Dans les campagnes ou dans la rue !
Est ! Ouest !
( chouers de la Liberté )
Est !

MOLODOI WEBSITE

MOLODOI SITE

Fonte: Leitor do Crop nº1

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MOLODOI - Nome mágico ? + Entrevista

ASOCIAL

…Ni mort, ni rouge - UNITED !!

Molodoi, nome mágico?

A banda, infelizmente, acabou por se tornar famosa apenas no espaço da francofonia, nomeadamente França e Quebeque, pelo que, para muitos, pouco quererá dizer...
Sham 69 Franceses? Nunca foram eles próprios que reivindicaram o título, mas sim uma imprensa ávida de etiquetar e delirante com o fenómeno de juventude (tal como o nome indica) que o grupo de François criou. Lesto a distanciar-se dos Bérurier Noir, assumindo a sua maioridade musical-criativa, François e Cª. são, durante a sua existência, os porta-bandeira dos jovens das grandes urbes francesas e do mundo, respondendo com seus cânticos às ansiedades, receios e angústias destes, dando forma aos sentimentos duma geração à procura de si própria.

Os Molodoi cantam ao desespero dos jovens franceses, romenos, peruanos, chineses, vietnamitas, franco-canadianos, massaï, à valentia de heróis e homens-simples de todo o planeta, à unidade contra a opressão e o totalitarismo (de todas as cores), aos marginais, à liberdade e à revolta...

Serão, então, os Molodoi a versão Sham 69 à escala mundial ? Realmente, os temas queridos a Pursey ressuscitam em François, com a peguena-grande diferença que este último não os confina à escala de seu país, antes transforma-os para as realidades de outros, internacionalizando o eterno slogan ‘...If The Kids Are United...’ nos inesquecíveis ‘Royaume de Jeunesse’, ‘Molodoï’ ou ‘Chouers de Fidelité’; numa época em que as ditas bandas ‘de protesto, revolucionárias, ou anti-sistema’ deixam de fazer tremer as fundações do establishment, tresandando a fashion trip burguesa da MTV, os Molodoi esbanjam honestidade e uma energia emotiva que não pode ser nunca clonada, pois é real. Os ambientes e mundos aos quais François nos transporta são viagens verdadeiras, podemos sentir os cheiros, o frio e calor, as ruas e caminhos, os operários e as fábricas, o betão e as florestas, os animais e as montanhas, os estádios de futebol... a verdade dura e crua, sem distanciamentos ou fabulações, porque é fruto da experiência.

Em 1996, numa entrevista cedida a um periódico do Quebeque, antecipando uma série de concertos pela província Canadiana, François afirmava:

...ser Skin? Significa acreditar neste movimento, é um todo, é escutar Trojan, Ska e Oi!...é uma consciência, não é ter umas 501 e os badges certos...’

'...violência? Não é através da violência que se atingem objectivos. Energia sim, violência gratuita, não...’

'... RAC? A expressão é boa, mas atrás dela vêm muitos grupos extremistas...’

‘...rejeito todas as zines politizadas, quer sejam Blood & Honour ou Red; fazes política se quiseres, não utilizas uma imagem ou movimento juvenil para o fazeres...’

‘...tento estabelecer pontos de ligação entre as civilizações do extremo-oriente e a ocidental. Lá, existem muitas coisas que evoluem em contradição, fruto do paradoxo criado pela mistura dos modelos capitalista e marxista...’

‘...tenho um fascínio pela marginalidade. Numa minoria, há muita revolta a denunciar...’

‘...cada povo deve guardar a sua identidade própria, aceitando, no entanto, partilhar culturalmente com os outros...’

‘...quando se viveu e sentiu profundamente a explosão do Oi!, nos anos 80-81, tudo o que veio a seguir parecia pouco...e o que admiro no Oi!, É que fala dos problemas dos jovens, de gente que vive algo e consegue exprimi-lo em suas canções, cantando a realidade...’

‘...(sobre o interesse dos jovens no Oi!) é verdade que não é conhecido de muitos, devido a não ser mediatizado, não é levado em conta...é facilmente marginalizado...’

‘...( sobre o facto de tocarem ao vivo ‘Skinhead Moonstomp’ dos Symarip e o dedicarem aos Skins presentes em delírio ) O que é que tem ? Desde que as pessoas venham aos espectáculos para fazer a festa... quando me disserem que não querem Skins nas salas, não toco...'

A ambição do nome Molodoi é, na realidade, uma fasquia muito alta que a banda propõe ultrapassar. Megalomania ou paixão ? Sem dúvida, uma paixão sem limites pela magia da chama de ser jovem, pela liberdade, por todos os gritos de revolta...
Aos tempos sem ilusões e plenos de incertezas, as vozes das novas gerações, respondem com a descoberta da esperança em faróis distantes, em chamamentos de guerreiros do rock, alertas lançados de palcos-campos de batalha, denunciando um mundo onde ninguém está inocente; de prisões, guetos e ódios , de cidades em abandono, de uma juventude esquecida - Geração Destruição...

Fonte: Leitor do Crop nº1

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domingo, fevereiro 12, 2006

Skinhead Grafitti - Portugal e Barcelona

Como qualquer cultura de rua é normal que a cultura skinhead também tenha uma das suas formas de expressão as paredes das ruas. A grande maioria das vezes que vemos pintadas, relacionadas com os skinheads, nas nossas ruas, são simples frases ou símbolos sem grande arte. De há uns anos para cá tenho visto através de alguns livros de fotos, sites na net, e nas próprias ruas, uma 'cultura skinhead graffiteira' mais artística e cuidada. De seguida deixo-vos com alguns grafittis relacionados com a cultura skinhead que vão aparecendo nos súburbios da cidade de Lisboa.

Aqui fica mais uma série de grafittis, da cidade de Barcelona, relacionados com a cultura skinhead.

Num futuro próximo pensamos entrevistar dois skinheads portugueses que se inserem na cultura do grafitti.

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